Fonte: Pesquisa na Internet. |
Durante os dois primeiros séculos da Colonização
do Brasil, a
atividade econômica estava relacionada principalmente com o modelo
agropastoril, sobretudo ao sistema da plantation, desenvolvido no
Nordeste, isto é, ao cultivo de grandes latifúndios monocultores, como o da cana- de- açúcar. A razão para isso vinha do fato de que, ao contrário dos espanhóis, que
encontraram com maior facilidade outras fontes de riqueza, como metais
preciosos, em suas colônias americanas; no Brasil, a obtenção de lucros com pedras
e metais precisos só ocorreu no século XVIII, via prospecção, no interior do
território.As condições para o desenvolvimento da mineração no Brasil
foram dadas pelo processo de desbravamento do interior da colônia
operado pelas denominadas Entradas e
bandeiras, que
consistiam em expedições armadas que saíam da Capitania de São Paulo rumo ao
sertão, com o objetivo de apresar índios, destruir quilombos e encontrar metais
preciosos. No ano de 1696, uma dessas expedições conseguiu encontrar jazidas de
ouro nas regiões montanhosas de Minas Gerais, onde teve início a ocupação do Vale do Ouro Preto.
Nessa e em outras regiões de Minas (e depois em Goiás e no Mato
Grosso), o ouro, inicialmente, era encontrado na forma de aluvião –
um tipo sedimentado do metal solvido em depósitos de cascalho, argila e areia.
Logo em seguida, começou-se a exploração de rochas localizadas nas encostas das
montanhas, empregando-se a técnica conhecida como grupiara. Grandes
sistemas de prospecção foram construídos, desde escavações das encostas até
canais de drenagem e ventilação. A exploração do ouro em Minas desencadeou uma
grande onda migratória de portugueses e de pessoas de outras regiões da colônia
no século XVII. Cerca de 30 a 50 mil aventureiros vieram em direção às minas à
procura de enriquecimento. A densidade populacional aumentou sobremaneira nessa
região e aumentaria ainda mais com a presença dos escravos que, encarregados do
trabalho braçal, passaram a compor a base da sociedade mineradora. Além da
formação de uma nova composição social, houve também um novo sistema de
fiscalização, desenvolvido pela Coroa Portuguesa especialmente para a atividade
mineradora. Esse sistema começava com a política de distribuição das terras,
que eram repartidas em datas ou lotes para
exploração. Cada arrendatário de um lote tinha o direito de explorar as jazidas
de seu domínio, desde que respeitasse o Regimento dos Superintendentes, Guardas-Mores e
Oficiais Deputados para as minas de Ouro, que foi elaborado em 1702. Esse regimento criou a Intendência das Minas,
um tipo de governo especial vinculado diretamente a Lisboa. A primeira forma de
tributo foi o quinto, isto é, 20% do que era produzido na prospecção
deveria ser remetido à Coroa Portuguesa. Entretanto, esse sistema mostrou-se
muito vulnerável
e p assível de fraudes, fato que obrigou a coroa a estipular
outro sistema, o da finta, que
consistia na remessa de 30 arrobas anuais de ouro para a Coroa. Houve ainda a
criação das Casas de Fundição, cujo objetivo era transformar todo o ouro extraído em barras, na
própria colônia, após ter sido retirada a quinta parte, que era remetida à
Coroa. Só depois desse processo, os mineradores tinham o direito de negociar a
parte que lhe restava.O sistema de capitação,
que estipulava também porcentagens sobre as posses do minerador, como os seus
escravos. o governo português criou o sistema da derrama, uma
espécie de cobrança retroativa dos quintos atrasados e de um imposto a mais
sobre aqueles que eram cobrados. Essas medidas acabaram por resultar em alguns
conflitos coloniais, como a Revolta de Vila Rica, em 1720, e a Guerra dos emboabas.
A EXPLORAÇÃO DAS JAZIDAS: Havia
duas formas de extração aurífera: a lavra e a faiscação.
As lavras eram empresas que, dispondo de ferramentas especializadas, executavam a extração aurífera em grandes jazidas, utilizando mão- de- obra de escravos africanos. O trabalho livre era insignificante e o índio não era empregado. A lavra foi o tipo de extração mais freqüente na fase áurea da mineração, quando ainda existia recurso e produção abundantes, o que tornou possível grandes empreendimentos e obras na região. A faiscação era a pequena extração representada pelo trabalho do próprio garimpeiro, um homem livre de poucos recursos que excepcionalmente poderia contar com alguns ajudantes. No mundo do garimpo o faiscador é considerado um nômade, reunindo-se às vezes em grande número, num local franqueado a todos. Poderiam ainda ser escravos que, se encontrassem uma quantidade muito significativa de ouro, ganhariam a alforria. Também conhecida como faisqueira, tal atividade se realizava principalmente em regiões ribeirinhas. De uma maneira ou de outra, a faiscação sempre existiu na mineração aurífera da colônia tornando-se mais intensa com a própria das minas, surgindo então o faiscador que aproveita as áreas empobrecidas e abandonadas.
As lavras eram empresas que, dispondo de ferramentas especializadas, executavam a extração aurífera em grandes jazidas, utilizando mão- de- obra de escravos africanos. O trabalho livre era insignificante e o índio não era empregado. A lavra foi o tipo de extração mais freqüente na fase áurea da mineração, quando ainda existia recurso e produção abundantes, o que tornou possível grandes empreendimentos e obras na região. A faiscação era a pequena extração representada pelo trabalho do próprio garimpeiro, um homem livre de poucos recursos que excepcionalmente poderia contar com alguns ajudantes. No mundo do garimpo o faiscador é considerado um nômade, reunindo-se às vezes em grande número, num local franqueado a todos. Poderiam ainda ser escravos que, se encontrassem uma quantidade muito significativa de ouro, ganhariam a alforria. Também conhecida como faisqueira, tal atividade se realizava principalmente em regiões ribeirinhas. De uma maneira ou de outra, a faiscação sempre existiu na mineração aurífera da colônia tornando-se mais intensa com a própria das minas, surgindo então o faiscador que aproveita as áreas empobrecidas e abandonadas.
SOCIEDADE
E CULTURA: O ciclo do ouro e do diamante foi responsável por
profundas mudanças na vida colonial, foi intensificado o comércio interno de
escravos, representam a transferência do eixo social e econômico do litoral
para o interior da colônia, o que acarretou na própria mudança da capital de
Salvador para o Rio de Janeiro, cidade de mais fácil acesso à região
mineradora. A vida urbana mais intensa viabilizou também, melhores
oportunidades no mercado interno e uma sociedade mais flexível, principalmente
se contrastada com o imobilismo da sociedade açucareira. A acentuação da vida
urbana trouxe também mudanças culturais e intelectuais, destacando-se a chamada
escola mineira, que se transformou no principal centro do Arcadismo no Brasil.
São expoentes as obras esculturais e arquitetônicas de Antônio Francisco
Lisboa, o "Aleijadinho", em Minas Gerais e do Mestre Valentim, no Rio
de Janeiro.
A
DECADÊNCIA DA MINERAÇÃO: Na segunda metade do século XVIII, a
mineração entra em decadência com a paralisação das descobertas. Por serem de
aluvião o ouro e diamantes descobertos eram facilmente extraídos, o que levou a
uma exploração constante, fazendo com que as jazidas se esgotassem rapidamente.
Esse esgotamento deve-se fundamentalmente ao desconhecimento técnico dos
mineradores, já que enquanto a extração foi feita apenas nos veios (leitos dos
rios), nos tabuleiros (margens) e nas grupiaras (encostas mais profundas) a
técnica, apesar de rudimentar, foi suficiente para o sucesso do empreendimento.
Numa quarta etapa porém, quando a extração atinge as rochas matrizes, formadas
por um minério extremamente duro (quartzo itabirito), as escavações não
conseguem prosseguir, iniciando o declínio da economia mineradora. Como as
outras atividades eram subsidiárias ao ouro e ao diamante, toda economia
colonial entrou em declínio. Sendo assim, a primeira metade do século XIX será
representada pelo Renascimento Agrícola, fase economicamente transitória,
marcada pela diversificação rural (algodão, açúcar, tabaco, cacau e café), que
se estenderá até a consolidação da monocultura cafeeira, iniciada por volta de
1870 no Vale do Paraíba.
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