Prof.° Elisonaldo Câmara

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Mossoró/Guamaré / Pedro Avelino, Rio Grande do Norte, Brazil
Graduado em História pela UERN, Especialista em Geo-História, professor do município de Guamaré e do Estado do Rio Grande do Norte.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Expulsos a ferro e fome.

O povo de Salvador foi protagonista da Guerra de Independência contra os portugueses, na Bahia. No dia 2 de julho de 1823, um ano depois do grito de Dom Pedro, eles venceram de forma definitiva nossos antigos colonizadores.


No dia 2 de julho de 1823, as tropas do general português Inácio Luiz Madeira de Melo desocupavam a cidade de Salvador e deixavam o Brasil, dando fim, na Bahia, ao processo de nossa independência, galvanizada pelo brado de D. Pedro no riacho do Ipiranga, em 7 de setembro do ano anterior. Do Fortim da Lagartixa, situado à beira d’água, logo embaixo da Lapinha, um tiro de fuzil alertou para a partida dos lusitanos e deu início à Marcha da Vitória, desfile épico em que as tropas do Exército Libertador entravam na cidade aclamadas pela população  soteropolitana. Dirigiram-se ao centro histórico de poder da antiga capital e recolocaram nas mãos dos naturais daquela terra o destino de seu povo.Essa história começa após a Revolução de Abril de 1820, quando os portugueses, em Lisboa, não admitiam mais que os destinos do Império Português fossem dirigidos por D. João VI a partir da cidade do Rio de Janeiro, que fora erigida em capital do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, quando da transmigração da família real para o Brasil, em 1808. Queriam o retorno ao status quo ante, com o Brasil voltando a ser mera colônia lusa. Nos tempos de D. João VI, a defesa do nosso território estava entregue às tropas lusas, trazidas de Portugal logo após a expulsão dos franceses da península Ibérica. Uma Divisão de Voluntários Reais, sob o comando do tenente-general Carlos Frederico Lecor, foi mandada para garantir a posse da Província Cisplatina, região que corresponde ao Uruguai, hoje. Outra divisão, a Auxiliadora, foi trazida após a tentativa, em 1817, de se estabelecer, no Recife, um enclave republicano. Foi dessa tropa que se destacou um batalhão, o 12o de Infantaria, para defender os interesses da Corte em Salvador, ficando outros dois, um no Recife – o do Algarve – e o de Fidié, aquartelados no Piauí. A maior parte estacionou no Rio de Janeiro, então sede do grande império português em todo o mundo.Quando, nos idos de 1821, começou-se a discutir os destinos do Reino e D. João retornou a Portugal, deixando-nos seu filho como príncipe regente, a Bahia, aderindo à Revolução de 1820, declarou-se parte do reino de Portugal, desligando-se do Brasil. Iniciou-se aí a disputa de poder entre lusos fiéis às Cortes de Lisboa e os naturais da terra, que mantinham fidelidade ao príncipe regente e não desejavam ver o Brasil transformado novamente em colônia portuguesa. Na Bahia, os comerciantes lusos eram maioria em Salvador, enquanto os naturais da terra, donos de engenhos, dominavam o interior, particularmente o Recôncavo, de onde provinha a riqueza e o abastecimento da cidade, que não produzia nada.
Uma revolta dos naturais da terra, iniciada pelo Regimento de Artilharia aquartelado no Forte de São Pedro, em Salvador, transformou seu comandante, o coronel Manoel Pedro de Freitas Guimarães, em general e o aclamou comandante das Armas da Bahia. Manoel Pedro contava,ainda, com outras tropas de milícias, compostas por um Regimento de Infantaria e por um Batalhão de Caçadores.Fonte: História Viva.

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