Prof.° Elisonaldo Câmara

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Mossoró/Guamaré / Pedro Avelino, Rio Grande do Norte, Brazil
Graduado em História pela UERN, Especialista em Geo-História, professor do município de Guamaré e do Estado do Rio Grande do Norte.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

O Rio Grande do Norte na Segunda Guerra Mundial.



 
 Por: Carlos Noronha


 O fator geográfico proporcionou ao Rio Grande do Norte destacar-se no cenário mundial. Isso ocorreu durante a II Guerra Mundial quando Natal serviu de base aos aliados. É a capital brasileira mais próxima da Europa e do norte da África.A cidade possui uma posição estratégica global. Isso fez com que Natal recebesse as duas principais bases militares dos Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial: a Base Naval e Parnamirim Field - na época, a maior base da Força Aérea norte-americana em território estrangeiro. Tendo em vista a proximidade relativa com o continente africano, o Rio Grande do Norte se constituía em alvo provável de uma possível invasão da América do Sul e, também, representava um local ideal para a partida de aeronaves que se dirigissem para a África e Europa. 

Natal apresentava grande interesse militar, podendo servir de base para a travessia de aviões do Oceano Atlântico e, no caso de uma tentativa de invasão do continente, em ponto estratégico para um possível ataque ao Canal do Panamá. Em 1939 o conflito eclodira na Europa e a Alemanha dominava boa parte do continente. O Brasil declarou guerra ao Eixo em 1942, após o torpedeamento de navios brasileiros supostamente por submarinos alemães. A marcha do Marechal alemão Rommel no norte africano preocupou os países aliados, pois a tomada dessa área colocaria em perigo a navegação no Oceano Atlântico. Diante dessa situação, revela-se a importância de Parnamirim na Segunda Guerra Mundial, uma base das nações aliadas sob a liderança dos Estados Unidos. A vida em Natal sofreu mudanças com a vinda de grande número de estrangeiros, em sua maioria, norte-americanos. O comércio teve um incremento considerável e a cidade vivenciou novos costumes.

O provável perigo à navegação do Oceano Atlântico, da costa brasileira, como também de todo o continente americano tendo em vista o avanço militar da Alemanha no norte da África, pode ter sido a causa para o Brasil ceder bases militares no litoral do Nordeste do país. Essas bases serviriam de apoio às operações militares que seriam desenvolvidas na África. Natal, nesse período, vivia um clima de guerra, inclusive com blecaute4 diários. Contava também com os serviços da Cruz Vermelha, Legião Brasileira de Assistência, Defesa Civil, e ainda abrigos antiaéreos familiares e públicos.
O recrutamento feito para o envio de tropas à Europa ou para a defesa do litoral contou com a participação de muitos potiguares. 

Quando o presidente norte-americano Franklin Roosevelt se encontrava na África, solicitou ao almirante Jonas Ingram para marcar um encontro com Getúlio Vargas, em Natal. Acertada a reunião, todas as providências foram tomadas em segredo. O presidente Getúlio Vargas chegou a Natal no dia 27 de janeiro de 1943, acompanhado de sua comitiva. Na manhã seguinte, dois aviões trouxeram o presidente dos Estados Unidos, Franklin Roosevelt e sua comitiva. Vargas e Roosevelt participaram da Conferência do Potengi em Natal que tratou de interesses mútuos e laços de amizades entre Brasil e Estados Unidos; a prevenção de um possível ataque dirigido de Dakar, na África, ao hemisfério ocidental; e o apoio do Brasil aos objetivos de guerra de Roosevelt. Nessa reunião ficou acertado o envio de tropas brasileiras para a guerra. A presença norte-americana em Natal mudou profundamente os hábitos da população natalense, principalmente com a presença do grande número de militares estrangeiros que vieram para a cidade. Isso representou a convivência de duas culturas diferentes no mesmo espaço.Os norte-americanos procuraram se integrar com os habitantes locais, patrocinando festas. Surgiram, então, associações recreativas que eram alugadas com o objetivo de realizar bailes. Houve, por causa disso, uma invasão de ritmos estrangeiros, como a rumba e o bolero.

Diversos produtos norte-americanos, naquela época, eram utilizados ou consumidos pela população local, tais como: refrigerantes, chocolate gelado e chicletes. Os homens abandonaram a vestimenta que costumavam usar no dia- a -dia e adotaram roupas cáqui, de inspiração militar- esportiva ou jeans.As mulheres passaram a agir com maior autonomia, incorporando modos norte-americanos.Natal perdia aos poucos as características de cidade pequena. Chegam à capital potiguar de pessoas de outras nacionalidades, como por exemplo: príncipe Bernard (Holanda), Sra. Franklin D. Roosevelt (esposa do presidente dos Estados Unidos), Sr. Noel Charles (embaixador do Reino Unido no Brasil), entre outros.

2 comentários:

  1. Apesar de quase três anos após a reportagem, caso o autor leia este comentário, informo que fiquei muito satisfeito por estas informações, que eu sabia por alto.A participação do povo brasileiro, e notadamente dos potiguares,foi de suma importância nesse momento crucial para a a humanidade,e contribuição do povo potiguar foi de suma e ímpar relevância para o Brasil. Só trazer o grande Presidente Franklin Delano Roosevelt ao Brasil, foi algo fantástico.Tal fato redime Getúlio, que ao resistiu ao canto da sereia da Alemanha,espremido entre seus ministros Osvaldo Aranha e Filinto Muller,soube, não importa os motivos, escolher o lado certo, neste que foi o maior conflito da humanidade.Pena que maioria destes jovens de hoje, não valorizem estes atos, aos quais dão relevância zero.Pena também que estes políticos de hoje, com raríssimas exceções só pensem nas benesses dos cargos, nos altos salários, mordomias,jetons e não no bem do Brasil.Vivam eternamente, nas mentes de poucos, nossos soldados, que combateram aqui e na Itália.

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  2. Comentário acima, não é anônimo.

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