Prof.° Elisonaldo Câmara

Minha foto
Mossoró/Guamaré / Pedro Avelino, Rio Grande do Norte, Brazil
Graduado em História pela UERN, Especialista em Geo-História, professor do município de Guamaré e do Estado do Rio Grande do Norte.

domingo, 22 de julho de 2018

A Expansão Marítima Europeia.


 


  A expansão ultramarina Europeia deu início ao processo da Revolução Comercial, que caracterizou os séculos XV, XVI e XVII. Através das Grandes Navegações, pela primeira vez na história, o mundo seria totalmente interligado. Somente então é possível falar-se em uma história em escala mundial. A Revolução Comercial, graças à acumulação primitiva de Capital que propiciou, preparou o começo da Revolução Industrial a partir da segunda metade do século XVIII. Apenas os Estados efetivamente centralizados tinham condições de levar adiante tal empreendimento, dada a necessidade de um grande investimento e principalmente de uma figura que atuasse como coordenador – no caso, o Rei. Além de formar um acúmulo prévio de capitais, pela cobrança direta de impostos, o rei disciplinava os investimentos da burguesia, canalizando-os para esse grande empreendimento de caráter estatal, ou seja, do Estado, que se tornou um instrumento de riqueza e poder para as monarquias absolutas. Fatores que levaram à Expansão Marítima.
1 – A procura de especiarias: A Itália possuía duas cidades (Gênova e Veneza) que dominaram o mercado de especiarias no Mediterrâneo Oriental, pois era necessário buscar as mercadorias (tecidos, tapetes, perfumes, etc.) nos portos de Alexandria e Constantinopla. Eles revendiam esses produtos por preços absurdos, visando apenas um grande lucro. A burguesia europeia, cansada desses preços, percebeu que era hora de descobrir um novo caminho para as Índias, para quebrar o monopólio italiano sobre o comércio no mar Mediterrâneo.
2 – A escassez de metais preciosos: As minas europeias já não conseguiam atender a demanda de metais preciosos. A escassez foi consequência da grande quantidade de moedas usadas para o pagamento das importações. Eles perceberam que era preciso buscar novas fontes/novas minas fora do continente europeu.
3 – Aliança entre o rei e a burguesia: Essa aliança buscava a valorização do comércio e a centralização do poder, possibilitando a derrota da nobreza feudal. Funcionava desse modo: a burguesia fornecia capital e armas para o exército, em troca, os reis promoviam melhorias no comércio para atenderem aos interesses da burguesia.
4 – A Catequese: A igreja católica desejava conquistar novos fiéis para compensar as perdas com a Reforma Protestante (que havia “tomado” muitos de seus religiosos). A possibilidade de conversão dos pagãos ao cristianismo animava os católicos.
5 – Avanços na Arte Náutica: Desejavam aprimorar seus conhecimentos geográficos, após o desenvolvimento da cartografia. As tecnologias de navegação estavam em grande grau de avanço, logo, invenções como a bússola, o astrolábio e a caravela tornaram as viagens bem mais seguras.
OBJETIVOS DA EXPANSÃO. - Metais; - Mercados;  - Especiarias (Noz Moscada, Cravo...) - Terras;  - Fiéis;

O Pioneirismo Português. Portugal foi o pioneiro nas navegações dos séculos XV e XVI. Os portugueses já possuíam certa experiência em navegações – por causa da pesca de bacalhau, por exemplo – o que ajudou bastante o país. Esse pioneirismo só foi possível com: investimento de capital vindo da burguesia e da nobreza (muito interessados no lucro que este negócio poderia gerar), boa qualidade de suas caravelas (superiores à de outras nações) e a preocupação com os estudos náuticos (chegaram a criar até um centro de estudos, A Escola de Sagres). Foi durante essa boa fase que Portugal chegou ao Brasil. Em 1500, Pedro Álvares Cabral o descobriu, antes de seguir até a Índia. Existem controvérsias sobre esta vinda (se foi intencional ou não). Portugal também acabou em disputa com a Espanha, pelas terras da América. ESCOLA DE SAGRES – Centro de Estudos Náuticos, fundado pelo infante Dom Henrique, o qual manteve até a sua morte, em 1460, o monopólio régio do ultramar. O "Príncipe perfeito" Dom João II (1481-1495) continuou o aperfeiçoamento dos estudos náuticos com o auxílio da sua provável Junta de Cartógrafos, que teria elaborado em detalhe o plano de pesquisa do caminho marítimo para as índias.

http://www.historianet.com.br/imagens/conteudo/Bussola.gif
Bússola
http://www.historianet.com.br/imagens/conteudo/Astrolabio.gif
Astrolábio
  Quadrante http://www.historianet.com.br/imagens/conteudo/Quadrante.gif
EXPANSÃO ESPANHOLA.

Tão logo completou a sua centralização monárquica, em 1492, a Espanha inicia as Grandes Navegações Marítimas. Os Reis Católicos (Fernando e Isabel) cederam ao navegador Cristóvão Colombo três caravelas. Com elas, Colombo pretendia chegar às Índias, navegando na direção do oeste. Ao aportar nas Antilhas, ele chega a Cuba, El Salvador e Santo Domingo acreditando terem chegado ao arquipélago do Japão. Com a entrada da Espanha no ciclo das grandes navegações, criou-se uma polêmica entre esta nação e Portugal, pela posse das terras recém-descobertas da América. Essa questão passa pelo Papa, que escreve a Bula "Inter Colétera" (as terras da América seriam dividas por uma linha a 100 léguas das Ilhas de Cabo Verde, em que Portugal ficaria com as terras orientais e a Espanha ficaria com as terras ocidentais). Portugal fica insatisfeito, recorre ao Papa -> Tratado de Tordesilhas. As viagens ibéricas prosseguiram até que a descoberta de ouro na América, pelos espanhóis, aguçou a cobiça de outras nações europeias que procuravam completar seu processo de centralização monárquica. Passam a contestar o Tratado de Tordesilhas, ao mesmo tempo em que tentavam abrir novas rotas para a Ásia, através do Hemisfério Norte, e se utilizavam da prática da Pirataria. Afirmavam ainda que a posse da terra descoberta só se concretizava quando a nação reivindicasse a ocupasse efetivamente, o princípio do "Uti Possidetis" (usucapião). França foi uma das mais utilizarias desse pretexto. Consequências da Expansão Marítima.
·                     Ampliação do conhecimento humano sobre a geografia da Terra.
·                     Revolução comercial – unificação dos mercados europeus, asiáticos, africanos e americanos.
·                     A decadência das cidades italianas.
·                     Formação do Sistema Colonial.
·                     Escravismo em moldes capitalistas.
·                     Hegemonia europeia sobre o mundo.
·                     Afluxo de metais provenientes da América para a Europa.
Navegações portuguesas. O início da expansão marítima portuguesa teve início com a conquista de Ceuta, localizada no norte do continente africano, em 1415. Em 1488, Bartolomeu Dias contorna o Cabo das Tormentas (Boa Esperança). No ano de 1498, Portugal realiza uma das mais importantes navegações: é a chegada das caravelas, comandadas por Vasco da Gama às Índias. Navegando ao redor do continente africano, Vasco da Gama chegou à Calicute e pôde desfrutar de todos os benefícios do comércio direto com o oriente. Ao retornar para Portugal, as caravelas portuguesas, carregadas de especiarias, renderam lucros fabulosos aos lusitanos. Outro importante feito foi à chegada das caravelas de Cabral ao litoral brasileiro, em abril de 1500. Após fazer um reconhecimento da terra "descoberta", Cabral continuou o percurso em direção às Índias. Em função destes acontecimentos, Portugal tornou-se a principal potência econômica da época. Navegações Espanholas. A Espanha também se destacou nas conquistas marítimas deste período, tornando-se, ao lado de Portugal, uma grande potência. Enquanto os portugueses navegaram para as Índias contornando a África, os espanhóis optaram por outro caminho. O genovês Cristóvão Colombo,

financiado pela Espanha, pretendia chegar às Índias, navegando na direção oeste. Em 1492, as caravelas espanholas partiram rumo ao oriente navegando pelo Oceano Atlântico. Colombo tinha o conhecimento de que nosso planeta era redondo, porém desconhecia a existência do continente americano. Chegou em 12 de outubro de 1492 nas ilhas da América Central, sem saber que tinha atingido um novo continente. Foi somente anos mais tarde que o navegador Américo Vespúcio identificou aquelas terras como sendo um continente ainda não conhecido dos europeus. Em contato com os índios da América (maias, incas e astecas), os espanhóis começaram um processo de exploração destes povos, interessados na grande quantidade de ouro. Além de retirar as riquezas dos indígenas americanos, os espanhóis destruíram suas culturas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Envie suas dúvidas para o professor Elisonaldo

Nome

E-mail *

Mensagem *