Por:
Elisonaldo Câmara.
O Império
Bizantino nasceu da divisão do Império Romano. Uma das partes – o Império
Romano do Ocidente – tinha como capital a cidade de Milão e depois Ravena. Na
outra parte -o Império Romano do Oriente – a capital era a cidade de
Constantinopla, atual cidade de Istambul, na Turquia. Quando o Império foi
separado do Império Romano, o imperador romano Constantino reformou a cidade de
Bizâncio que recebeu o nome de Constantinopla, essa cidade tinha posição
geográfica privilegiada, pois era passagem obrigatória de importantes rotas
comerciais que ligavam o Oriente ao Ocidente. A localização geográfica entre Ásia e
Europa, permitiu-lhe um intenso desenvolvimento comercial. Conhecida como
“Porta do Oriente”, a cidade era o ponto de encontro de pessoas e mercadores de
várias partes do mundo: da China vinha a seda; da Índia e do Ceilão, as famosas
especiarias (cravo, pimenta- do-reino, etc); esses produtos mais as joias e as
imagens religiosas fabricadas pelos bizantinos eram exportados para o Ocidente com
grande lucro. A organização política tinha como expressão máxima a figura
do imperador, o qual, auxiliado por inúmeros funcionários, comandava o exército
e liderava a Igreja, que se autodenominava ORTODOXA. O imperador era,
portanto,muito poderoso e considerado um representante de Deus na terra,
chegando mesmo a ser retratado com uma auréola em torno da cabeça. Como a
Igreja local estivesse subordinada a sua autoridade, foi havendo um afastamento
cada vez maior em relação à Igreja ocidental, que obedecia ao papa. Mais tarde,
esses laços foram rompidos definitivamente, existindo até hoje a Igreja
Católica e a Igreja Ortodoxa.
Constantino
mandou muitos arquitetos, engenheiros e diversos artesãos para remodelar a
cidade. Foram construídas novas ruas, casas, igrejas e muitas outras
edificações. Fizeram muralhas de 20 km e 50 portões fortificados para proteger
a cidade. Todas essas obras começaram em 324 e duraram 6 anos. Em 11 de
maio de 330, a cidade foi inaugurada, com festas, pelo imperador.
A
RELIGIOSIDADE BIZANTINA
A religião no
Império Bizantino era a cristã, e os bizantinos vivam intensamente o
cristianismo. As festas oficiais, como a coroação de um imperador, tinham
sempre caráter religioso. O aniversário das pessoas era comemorado duas vezes
ao ano: no dia de seu nascimento e no dia do santo cujo seu nome a pessoa
adotou. Quem faltasse à missa três domingos seguidos era expulso da Igreja. No Império Bizantino, os ícones
(imagens de Cristo, da Virgem e dos Santos) eram muito populares e serviam como
estímulo a devoção. Os principais fabricantes de ícones eram os monges, que
enriqueciam com essa atividade. Incomodado com o poder crescente dos monges, em
746 o imperador bizantino proibiu a veneração de imagens religiosas. A
sociedade bizantina, então, dividiu-se entre os que eram a favor dos ícones e
os que eram contrários a eles. O imperador e seus seguidores passaram a ser
chamados de iconoclastas (aqueles que são contrários à veneração de ícones, imagens,
ou que os destroem). Atingidos
pela proibição imperial, os monges encabeçaram várias revoltas populares contra
o Império. O Imperador, por sua vez, passou a perseguir os monges e mandou
destruir vários de seus mosteiros. O papa Gregório III interveio na disputa
excomungando (expulsando da Igreja) os iconoclastas. Depois de vários
conflitos, a imperatriz bizantina Irene liberou o culto às imagens, diminuindo,
assim, as tensões.
CISMA DO
ORIENTE:
Conforme o
cristianismo bizantino foi se expandindo, as divergências entre o patriarca de
Constantinopla e o papa foram aumentando. Os patriarcas se consideravam
dirigentes supremos da cristandade e rejeitavam, portanto, a autoridade do
papa. Este, por sua vez, não abria mão de seu poder. As relações entre os
patriarcas e o papa pioraram a tal ponto que, em 1054, ocorreu o rompimento: a
Igreja cristã dividiu-se em duas – a Igreja Católica Apostólica Romana,
chefiada pelo papa, e a Igreja Cristã Ortodoxa Grega, dirigida pelo patriarca.
Essa divisão ficou conhecida como Cisma do Oriente e perdura até os dias de
hoje.
O GOVERNO DE
JUSTINIANO
No governo do
imperador Justiniano (527 a 565) e sua esposa, Teodora, o Império Bizantino
chegou ao seu apogeu. A Igreja de Santa Sofia, construída no governo desse
imperador, é hoje um documento do poder e da riqueza dos bizantinos daquele
tempo. Apesar de se considerar um porta-voz
de Deus, Justiniano procurou dar ao seu governo uma base legal. Para tanto,
encarregou juristas de reunir e atualizar as principais leis romanas. Esse
trabalho resultou no Código Justiniano. Essa obra extensa está na base de
vários códigos civis atuais, inclusive o do Brasil. Além disso, Justiniano empenhou-se em
restabelecer a unidade do antigo Império Romano, reconquistando as terras
perdidas para os germanos. Os exércitos bizantinos empreenderam, então, várias
campanhas militares, por meio das quais conquistaram parte do norte da África,
o sul da Espanha e a Península Itálica. Essas conquistas, no entanto, custaram
caro aos bizantinos. Para cobrir os gastos com a guerra, o imperador foi
aumentando cada vez mais os impostos, o que provocou forte descontentamento e
várias revoltas populares. O Império Bizantino começou a declinar no
século XI, sob o peso dos enormes gastos militares para defender suas
fronteiras, ameaçadas por diferentes povos. Depois de sucessivos ataques, em
1453 os turcos otomanos conquistaram Constantinopla com balas de canhão,
armamento moderníssimo naquela época. Era o fim do Império Bizantino.
A CATEDRAL DE
SANTA SOFIA:
A principal
construção da cidade de Constantinopla era a catedral de Santa Sofia, erguida
por Justiniano entre 531 e 537. Em sua construção trabalharam cerca de 10 mil
homens. As paredes da catedral estavam recobertas por mármore e mosaicos que
encantavam os visitantes por sua beleza e esplendor. A parte central da igreja
era coroada com uma enorme cúpula de 65 metros de altura e 31 metros de
diâmetro. Depois da
conquista de Constantinopla pelos turcos, no ano de 1453, a catedral da Santa
Sofia foi transformada em uma mesquita e receberam os minaretes, torres típicas
das mesquitas muçulmanas. Após a Primeira Guerra Mundial, no século XX. Santa
Sofia foi transformada em museu.
Igreja Cristã Católica Romana
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Igreja Cristã Ortodoxa
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Sede em Roma
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Sede em Constantinopla
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Chefe Papa
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Chefe Patriarca
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Idioma Latim
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Idioma Grego
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Celibato para todos os membros
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Celibato apenas para os bispos
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