Instituído
o sistema republicano no Brasil, os dois primeiros presidentes foram dois
militares do exército, denominada posteriormente de ‘’República das Espadas’’.
Com a eleição de Prudente de Morais para sucessão de Floriano Peixoto, foi
implantada no Brasil a chamada ‘’ República velha ou oligárquica’’ comandada e
conduzida pela aristocracia rural, os grandes proprietários de terras. A
concentração fundiária, a miséria, fome, o poder concentrado nas mãos da elite
agrária, a falta de oportunidades para a grande maioria da população
brasileira, construiu um ambiente favorável à eclosão de várias rebeliões e
revoltas espalhadas em diferentes regiões e estados do Brasil. Em 1910 Hermes
da Fonseca era o Presidente do Brasil, cujo governo foi caracterizado pela
explosão de várias revoltas, baseou-se em intervenções militares nos Estados,
para destituir os governadores e substituí-los por outros que seriam nomeados
pelo próprio presidente da República. Na capital federal a cidade do Rio de Janeiro
foi palco de uma revolta iniciada por membros da Marinha de Guerra, que
protestavam contra os abusos e maus tratos dos marinheiros por parte dos
oficiais de alto escalão. A revolta originou-se dos próprios marinheiros que se
rebelou contra os castigos físicos que a marinha brasileira ainda mantinha como
forma de punição para seus membros, o movimento tomava corpo já havia dois
anos. Teve seu estopim em 21 de Novembro de 1910, com a punição por chibatas ao
marinheiro Marcelino Rodrigues de Menezes. Apartir daquele acontecimento vários
marinheiros tomaram os principais navios de guerra e, apontaram os canhões para
a cidade do Rio de Janeiro, ameaçaram bombardear a cidade. A revolta trouxe
para a cena pública vários segmentos da sociedade brasileira até então
excluídos pela elite aristocrática e industrial urbana no papel de agentes
transformadores da história. A rebelião revelou pessoas anônimas no cenário
brasileiro, foi uma revolta que envolveu vários grupos étnicos, com expressiva
presença da população negra, e de caráter político. Com destaque para o negro João
Cândido Felisberto, foi o principal líder da revolta, filho de
escravos, entrou para a Marinha aos 14 anos de idade, onde teve uma carreira
exemplar – até ser expulso da corporação, por causa da rebelião que participou
com brilhante participação defendendo a dignidade da condição humana. Os
rebeldes tomaram várias embarcações delas ouviam-se gritos de: ‘’ Viva a
liberdade!’’ e ‘’Abaixo a chibata!’’ os marujos enviaram e vários telegramas ao
governo elencando as reivindicações entre elas: fim das chibatas como punição
aos marinheiros, melhor alimentação, fim dos maus tratos e anistia para todos
os rebeldes. O governo do Marechal Hermes da Fonseca e o Congresso Nacional,
aceitaram todas as condições impostas pelos marinheiros rebelados. A chibata
estava oficialmente abolida da Marinha de Guerra brasileira. Ao desembarcar o
Almirante negro, como ficou conhecido posteriormente o marinheiro João Cândido,
foi cercado por fuzileiros e detido no quartel central do exército. No dia 24
de dezembro, foi conduzido á Ilha das Cobras. Anistiados os marinheiros
devolveram os navios e largaram as armas. No dia seguinte o Marechal Presidente
Hermes da Fonseca descumpria o decreto de anistia, estava sendo desenhada uma
trama para punir e perseguir os marinheiros que participaram ativamente no
levante da chibata no Rio de janeiro. Que culminaria numa repressão violenta e
arbitrária, provocando um saldo de: várias expulsões da marinha, prisões,
degredo,trabalho escravo dezenas de assassinatos
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