Prof.° Elisonaldo Câmara

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Mossoró/Guamaré / Pedro Avelino, Rio Grande do Norte, Brazil
Graduado em História pela UERN, Especialista em Geo-História, professor do município de Guamaré e do Estado do Rio Grande do Norte.

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

A Revolta da Chibata.




Por : Elisonaldo Câmara.
Instituído o sistema republicano no Brasil, os dois primeiros presidentes foram dois militares do exército, denominada posteriormente de ‘’República das Espadas’’. Com a eleição de Prudente de Morais para sucessão de Floriano Peixoto, foi implantada no Brasil a chamada ‘’ República velha ou oligárquica’’ comandada e conduzida pela aristocracia rural, os grandes proprietários de terras. A concentração fundiária, a miséria, fome, o poder concentrado nas mãos da elite agrária, a falta de oportunidades para a grande maioria da população brasileira, construiu um ambiente favorável à eclosão de várias rebeliões e revoltas espalhadas em diferentes regiões e estados do Brasil. Em 1910 Hermes da Fonseca era o Presidente do Brasil, cujo governo foi caracterizado pela explosão de várias revoltas, baseou-se em intervenções militares nos Estados, para destituir os governadores e substituí-los por outros que seriam nomeados pelo próprio presidente da República. Na capital federal a cidade do Rio de Janeiro foi palco de uma revolta iniciada por membros da Marinha de Guerra, que protestavam contra os abusos e maus tratos dos marinheiros por parte dos oficiais de alto escalão. A revolta originou-se dos próprios marinheiros que se rebelou contra os castigos físicos que a marinha brasileira ainda mantinha como forma de punição para seus membros, o movimento tomava corpo já havia dois anos. Teve seu estopim em 21 de Novembro de 1910, com a punição por chibatas ao marinheiro Marcelino Rodrigues de Menezes. Apartir daquele acontecimento vários marinheiros tomaram os principais navios de guerra e, apontaram os canhões para a cidade do Rio de Janeiro, ameaçaram bombardear a cidade. A revolta trouxe para a cena pública vários segmentos da sociedade brasileira até então excluídos pela elite aristocrática e industrial urbana no papel de agentes transformadores da história. A rebelião revelou pessoas anônimas no cenário brasileiro, foi uma revolta que envolveu vários grupos étnicos, com expressiva presença da população negra, e de caráter político. Com destaque para o negro João Cândido Felisberto, foi o principal líder da revolta, filho de escravos, entrou para a Marinha aos 14 anos de idade, onde teve uma carreira exemplar – até ser expulso da corporação, por causa da rebelião que participou com brilhante participação defendendo a dignidade da condição humana. Os rebeldes tomaram várias embarcações delas ouviam-se gritos de: ‘’ Viva a liberdade!’’ e ‘’Abaixo a chibata!’’ os marujos enviaram e vários telegramas ao governo elencando as reivindicações entre elas: fim das chibatas como punição aos marinheiros, melhor alimentação, fim dos maus tratos e anistia para todos os rebeldes. O governo do Marechal Hermes da Fonseca e o Congresso Nacional, aceitaram todas as condições impostas pelos marinheiros rebelados. A chibata estava oficialmente abolida da Marinha de Guerra brasileira. Ao desembarcar o Almirante negro, como ficou conhecido posteriormente o marinheiro João Cândido, foi cercado por fuzileiros e detido no quartel central do exército. No dia 24 de dezembro, foi conduzido á Ilha das Cobras. Anistiados os marinheiros devolveram os navios e largaram as armas. No dia seguinte o Marechal Presidente Hermes da Fonseca descumpria o decreto de anistia, estava sendo desenhada uma trama para punir e perseguir os marinheiros que participaram ativamente no levante da chibata no Rio de janeiro. Que culminaria numa repressão violenta e arbitrária, provocando um saldo de: várias expulsões da marinha, prisões, degredo,trabalho escravo dezenas de assassinatos

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