Prof.° Elisonaldo Câmara

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Mossoró/Guamaré / Pedro Avelino, Rio Grande do Norte, Brazil
Graduado em História pela UERN, Especialista em Geo-História, professor do município de Guamaré e do Estado do Rio Grande do Norte.

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

O SEGUNDO REINADO (1840 - 1889)



D. Pedro II,após o golpe da maioridade.
                                                     Por : Elisonaldo Câmara.
O Segundo Reinado é a fase da História do Brasil que corresponde ao governo de D. Pedro II. Teve início em 23 de julho de 1840, com a mudança na Constituição que declarou Pedro de Alcântara maior de idade com 14 anos e, portanto, apto para assumir o governo. O 2º Reinado terminou em 15 de novembro de 1889, com a Proclamação da República. O governo de D. Pedro II, que durou 49 anos, foi marcado por muitas mudanças sociais, política e econômicas no Brasil. Política no Segundo Reinado.
A política no Segundo Reinado foi marcada pela disputa entre o Partido Liberal e o Conservador. Estes dois partidos defendiam quase os mesmos interesses, pois eram elitistas. Neste período o imperador escolhia o presidente do Conselho de Ministros entre os integrantes do partido que possuía maioria na Assembleia Geral. Nas eleições eram comuns as fraudes, compras de votos e até atos violentos para garantir a eleição.
·         Partido Liberal - constituiu-se no ano de 1837, protegia os interesses dos indivíduos que formavam a classe média da sociedade urbana e comercial, os ideais políticos e sociais avançados das classes não comprometidas diretamente com a escravidão, e cuidava também do que era importante para os donos de terras.
·         Partido Conservador - pregava a conservação do poder político nas mãos dos grandes donos de escravos campestres. Não defendia o caráter revolucionário ou democrático do regime. No decorrer do segundo reinado, liberais e conservadores se revezaram no poder. Parlamentarismo e Poder Moderador.
No ano de 1847 foi implantado o Parlamentarismo, forma de governo na qual o poder responsável por criar as leis – o Legislativo -, representado pelos deputados e senadores, passa a exercer um posto muito respeitado. No Brasil era o presidente do conselho quem estabelecia o quadro de ministros, motivo pelo qual historicamente ficou conhecido como Parlamentarismo às avessas. D. Pedro II, que contava com o apoio do Partido Moderador, gozava de absoluto poder sobre a Assembleia, tendo força suficiente para demitir todo o ministério e escolher outro presidente do conselho, ou até mesmo diluir a Câmara e chamar novas eleições, conforme os acontecimentos políticos do momento.  Revolução Praieira.
       A Revolução Praieira foi uma revolta liberal e federalista que ocorreu na província de Pernambuco, entre os anos de 1848 e 1850. Dentre as várias revoltas ocorridas durante o Brasil Império, esta foi a última. Ganhou o nome de praieira, pois a sede do jornal dirigido pelos liberais revoltosos (chamados de praieiros) situava-se na Rua da Praia. Em 1848, os conservadores demitiram o governador de Pernambuco (liberal). Diante desta ação, os praieiros iniciaram o movimento e divulgaram o Manifesto ao Mundo, cujas principais propostas eram: voto livre e universal para o povo brasileiro (fim do voto censitário); plena liberdade de imprensa; garantia de trabalho para o cidadão brasileiro; extinção do Poder Moderador; exercício do comércio a varejo só para brasileiros; garantia dos direitos individuais do cidadão; estabelecimento da federação. Contando com apenas 2 mil homens, os praieiros não resistiram à repressão imperial. Assim, chegava ao fim o conjunto de revoltas que sucederam a independência do Brasil. Afastadas as ideias separatistas, o governo imperial consolidou a unidade territorial do país. A maioria da população brasileira, no entanto, continuou afastada da participação no poder político. Economia no Segundo Reinado
Na segunda metade do século XIX, o café tornou-se o principal produto de exportação brasileiro, sendo também muito consumido no mercado interno. Os fazendeiros (barões do café), principalmente paulistas, fizeram fortuna com o comércio do produto. Boa parte dos lucros do café foi investida na indústria, principalmente nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, favorecendo o processo de industrialização do Brasil. Os fatores que estimularam a produção do café foram: o 1- a grande demanda no mercado europeu.
o 2- as boas condições do clima e do solo brasileiros, em especial no Sudeste.
o 3- a mão de obra escrava e, posteriormente, a imigrante. Abolição da mão de obra escrava.
Outro fator interessante do período é que a mão de obra escrava, usada também na produção da cana de açúcar, foi transferida para o Sudeste e continuou sendo a força motora da economia cafeeira.Porém, o Brasil sofria grandes pressões internacionais (principalmente da Inglaterra) para que a mão de obra escrava fosse extinta. E com as crescentes aprovações de leis nacionais que buscavam o fim da escravidão, a elite cafeeira teve que se adequar a nova realidade, buscando novas soluções para mão de obra. Essa solução foi a mão de obra estrangeira, imigrantes. Esta evolução social acabou proporcionando uma nova mudança: o nascimento da Indústria Brasileira. Com a substituição da mão de obra escrava pela assalariada, além de um grande crescimento demográfico, os bens de consumo passaram a ser escassos para esse grande número de pessoas.
Ø  Lei Eusébio de Queiróz (1850): extinguiu oficialmente o tráfico de escravos no Brasil
Ø   Lei do Ventre Livre (1871): tornou livre os  filhos de escravos nascidos após a lei.
Ø  Lei dos Sexagenários (1885): dava liberdade aos escravos ao completarem 65 anos de idade.
Ø  Lei Áurea (1888): assinada pela Princesa Isabel, aboliu a escravidão no Brasil.
Imigração: Muitos imigrantes europeus, principalmente italianos, chegaram para aumentar a mão de- obra nos cafezais de São Paulo, a partir de 1850. Vieram para, aos poucos, substituírem a mão- de- obra escrava que, devido às pressões da Inglaterra, começava a entrar em crise. Além de buscarem trabalho nos cafezais do interior paulista, também foram para as grandes cidades do Sudeste que começavam a abrir muitas indústrias. Boa parte tentava fugir do desemprego, buscando, no Brasil, melhores condições de vida. Outros foram seduzidos pelas propostas de parcerias dos cafeicultores. Este sistema, no geral, não obteve sucesso, em razão dos elevados juros cobrados sobre as dívidas assumidas pelos imigrantes, e também dos maus tratos sofridos por eles. A indústria.
A industrialização teve forte crescimento no Segundo Reinado, estimulada por alguns fatores como:
o 1- A diminuição do fluxo de escravos, a partir de 1850, que aumentou o investimento nas atividades industriais.
o 2- A substituição da mão de obra escrava pela assalariada, que possibilitou a existência de um mercado consumidor.
* Neste período, o setor que mais cresceu foi o têxtil, ou seja, produção de tecidos.
* A criação de ferrovias também faz parte deste contexto, possibilitando a circulação de mercadorias para exportação.
* O crescimento urbano de algumas cidades brasileiras, como São Paulo e Rio de Janeiro, foi consequência do surto industrial e cafeeiro. Irineu Evangelista de Sousa, o Barão de Mauá. Com uma visão empreendedora, soube tirar proveito da situação e trouxe para o Brasil as primeiras indústrias: fundição, estaleiros, ferrovias e iluminação da cidade do Rio de Janeiro. Barão de Mauá se tornou o homem mais rico do império, despertando inimigos aos seus projetos. Acabou fracassando e levou seu império econômico à falência. Mas, pagou suas dívidas e ficou marcado na história como pioneiro da indústria no Brasil.



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