Prof.° Elisonaldo Câmara

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Mossoró/Guamaré / Pedro Avelino, Rio Grande do Norte, Brazil
Graduado em História pela UERN, Especialista em Geo-História, professor do município de Guamaré e do Estado do Rio Grande do Norte.

sexta-feira, 7 de abril de 2017

A Confederação do Equador.



Por: Elisonaldo Câmara.
'’Revolucionário Pernambuco’’.
Com a transferência da Corte portuguesa para sua mais próspera colônia , em 1808, transformou cidade do Rio de Janeiro no centro das decisões políticas, administrativas, econômicas e sede do Império Português. A nova capital do governo Português, passou a receber impostos vindos das outras regiões do Brasil e a desfrutar de todas as vantagens do sistema colonial. Se antes os brasileiros repudiavam o autoritarismo colonialista lusitano, o controle exercido por Lisboa, agora era a supremacia do Rio de janeiro que causava indignação. Na região Norte (que hoje engloba os Estados do Nordeste), o ressentimento com a corte era enorme. As cidades de lá não viam vantagem em mandar tanto dinheiro para o Sul. Entre as taxas, havia uma destinada a financiar a iluminação das ruas da capital do governo lusitano no Brasil. Não é surpresa que ela tenha se tornado o grande símbolo da exploração.
 Entre 1817 e 1824, a província de Pernambuco foi cenário de rebeliões e revoltas contra o poder absolutista e colonialista de Portugal.  Manteve-se em estado de rebeldia constante, tornando-se um grande obstáculo do rei português Dom João VI e, depois, do imperador brasileiro dom Pedro I. Após a independência, conquistada em 1822, o Brasil precisava de novas leis. Em 1823, foi convocada uma Assembleia Nacional Constituinte, que se reuniu no Rio de Janeiro. Mas, em 12 de novembro, dom Pedro I ordenou seu fechamento. Os temores haviam se concretizado: o imperador não estava muito a fim de dividir seu poder. Na província de Pernambuco, a reação veio rápida e, em 13 de dezembro, as câmaras municipais de Recife e Olinda elegeram uma junta de governo. À frente dela estava Manuel de Carvalho. Veterano da Revolução de 1817, ele havia se refugiado nos Estados Unidos, onde se encantara com o grau de autonomia dos estados. Era isso o que muitos pernambucanos queriam para o Brasil. Mas, em 25 de março de 1824, o imperador outorgou ao país uma nova Constituição. No texto, um dos principais artigos era a criação do Poder Moderador, que conferia ao Imperador do Brasil D. Pedro I, amplos poderes em relação aos demais e estava acima do povo e de qualquer instituição. E era ele, claro, quem deveria escolher os presidentes das províncias.
 
Esboço de uma bandeira para nova República.
 Para província de Pernambuco, o imperador nomeou José Carlos Mayrink. Em meio à agitação na província, entretanto, o escolhido não teve coragem de assumir. Dom Pedro I mandou uma esquadra bloquear o porto de Recife enquanto o poder não fosse passado a Mayrink. Os pernambucanos continuaram irredutíveis até que, em junho, a frota teve de voltar ao Rio por causa de uma suposta ameaça de invasão portuguesa.
  
Frei Caneca,idealizador e um dos líderes do movimento.



  Com o fim do bloqueio, Manuel de Carvalho propôs que as províncias do norte se unissem para formar um país independente. Em 2 de julho de 1824, nascia a Confederação do Equador, inspirada nos ideias iluministas da independência dos Estados Unidos e na Revolução Francesa,influenciados pela Maçonaria propondo a criação de uma república separatista. Um dos membros mais destacados do movimento foi Joaquim do Amor Divino Rabelo, mais conhecido como Frei Caneca. Com sua influência religiosa, ele conseguiu o apoio de Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba, que aderiram à Confederação. Em pouco tempo, as notícias sobre o levante no Brasil chegavam no exterior. Nem todas as grandes nações da época haviam reconhecido a autoridade de dom Pedro I e a revolta não ajudava em nada a diplomacia. O governo imperial do Brasil contraiu empréstimos aos bancos ingleses e contratou vários mercenários estrangeiros para sufocar os rebeldes pernambucanos. Em agosto, tropas imperiais desembarcaram em Alagoas e de lá foram para o Recife e contaram com os senhores de engenho que ajudaram a derrubar os rebeldes. A Confederação foi extinta em 29 de novembro. Manuel de Carvalho foi poupado e fugiu para a Inglaterra, enquanto outros líderes da insurreição foram executados. No Rio de Janeiro, a Corte respirava aliviada com a manutenção de seu poder sobre todo o país.










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