Prof.° Elisonaldo Câmara

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Mossoró/Guamaré / Pedro Avelino, Rio Grande do Norte, Brazil
Graduado em História pela UERN, Especialista em Geo-História, professor do município de Guamaré e do Estado do Rio Grande do Norte.

terça-feira, 23 de setembro de 2025

ATIVIDADE FILME: GUERRA DE CANUDOS.

 




O filme A Guerra de Canudos, dirigido por Sérgio Rezende e produzido por Mariza Leão, é uma superprodução brasileira filmada na região onde se passaram os fatos. Foi lançado em 1997, 100 anos após essa guerra, que causou a destruição do povoado. O filme pode ser encontrado em vídeo, distribuído pela Columbia Trisar Home Vídeo, tem duração de 180 minutos e foi exibido também na televisão como minissérie. O objetivo do filme é retratar a Guerra de Canudos, mas é bom lembrar que se trata da versão do diretor sobre os acontecimentos, apresentados segundo sua opinião.

Procure observar o seguinte:

Época e local dos acontecimentos;

Período da História do Brasil a que corresponde e quem governava o país na época;

Condições de vida e problemas enfrentados pela população do sertão nordestino na época e o que fazia para sobreviver;

Quem tomava as decisões nas famílias do sertão nordestino;

Segundo uma personagem do filme, o fotógrafo e jornalista Pedro Martins, quem era considerado cidadão naquela época;

Quem foi Antônio Conselheiro e quais eram suas ideias (o que defendia, o que combatia, por que, como definia o regime republicano e por que as pessoas o seguiam);

Quando, como, onde e por quem foi fundado o povoado de Belo Monte ou arraial de Canudos;

O que Antônio Conselheiro propôs a seus seguidores ao fundar Canudos;

Como eram as casas e as condições de vida em Belo Monte;

O que era produzido em Belo Monte e para quem ficavam os produtos;

O que aconteceu com muitos povoados do Nordeste após a fundação de Belo Monte;

Como Antônio Conselheiro arrecadava dinheiro e mantimentos;

Por quem e quantas vezes os moradores de Belo Monte foram atacados;

Armas e modo que os moradores de Belo Monte usaram para enfrentar o primeiro ataque;

Armas e modo que os moradores de Belo Monte usaram para enfrentar outros ataques, o que os motivava a lutar e a quem atribuíam a culpa pela guerra;

Como a população de Belo Monte era considerada pelos de fora;

Como Conselheiro se referia aos soldados do Exército;

Modo como o Exército pretendia tomar Belo Monte na quarta ofensiva, modo como os soldados do Exército eram recrutados, quantos eram, problemas que enfrentavam e opinião que tinham sobre os sertanejos;

Como a imprensa relatava ao país os acontecimentos de Canudos e por que acontecia isso;

Sentimentos que Antônio Conselheiro despertava nas pessoas e por que isso acontecia;

Modo como eram feitos os registros dos acontecimentos da guerra;

Suspeitas de corrupção levantadas a respeito do abastecimento das tropas do Exército;

Por que o jornalista foi enviado à frente de batalha, opinião que tinha sobre os sertanejos e soldados do Exército e por que foi retirado da região;

Mensagem do presidente da República às tropas do Exército;

Tempo de duração da última batalha;

O que aconteceu com o povoado de Belo Monte e sua população em outubro de 1897;

Quem criticou a atuação do comandante das tropas do Exército e por que criticou.

 

Tente fazer sua análise pessoal a respeito dos acontecimentos e do filme:

 

Em sua opinião, por que o presidente enviou uma mensagem aos soldados e o que pretendia com isso?

Dê exemplos a respeito de como o fanatismo religioso estava presente na vida da população de Canudos.

Em sua opinião, por que havia o fanatismo religioso?

 

 

 


terça-feira, 16 de setembro de 2025

Atividade História dos Hebreus.

 

Com

Complete os espaços com a história dos Hebreus.

  A principal fonte histórica para o estudo do povo hebreu são os cinco primeiros livros da Bíblia, chamados ______________ pelo povo judeu e _______________ pelos cristãos.         Segundo a __________________, Abraão era um velho pastor nômade que vivia na ____________ com sua família. Um dia __________________ o chamou e mandou que ele partisse dali com todos os membros do seu grupo e bens e fossem à procura de uma terra onde houvesse pastagens melhores para o seu rebanho. Então, Abraão partiu para a _______________, também chamada de “Terra de ____________”, em busca da Terra Prometida. Uma vez estabelecidos nessa terra, os hebreus continuaram como pastores, organizados em grupos familiares, chefiados por _____________. Os primeiros foram ____________________, seu filho _________________ e o filho deste, ____________. O patriarca Jacó teve seu nome mudado para ____________________, então seus descendentes passaram a ser chamados de _____________________. Eram os anciãos. _______________.   Também conhecida como os Dez Mandamentos. _____________.  Episódio lembrado pelos judeus durante a Páscoa e corresponde à fuga dos hebreus do Egito. ___________.  Dispersão dos hebreus após a expulsão de Jerusalém. ___________.   Rei dos hebreus que construiu o famoso Templo de Jerusalém. __________.

terça-feira, 9 de setembro de 2025

A Confederação do Equador 1824.

 


            Com a transferência da Corte portuguesa para sua mais próspera colônia, em 1808, transformou cidade do Rio de Janeiro no centro das decisões políticas, administrativas, econômicas e sede do Império Português. A nova capital do governo Português, passou a receber impostos vindos das outras regiões do Brasil e a desfrutar de todas as vantagens do sistema colonial. Se antes os brasileiros repudiavam o autoritarismo colonialista lusitano, o controle exercido por Lisboa, agora era a supremacia do Rio de janeiro que causava indignação.

Na região Norte (que hoje engloba os Estados do Nordeste), o ressentimento com a corte era enorme. As cidades de lá não viam vantagem em mandar tanto dinheiro para o Sul. Entre as taxas, havia uma destinada a financiar a iluminação das ruas da capital do governo lusitano no Brasil. Não é surpresa que ela tenha se tornado o grande símbolo da exploração.

 Entre 1817 e 1824, a província de Pernambuco foi cenário de rebeliões e revoltas contra o poder absolutista e colonialista de Portugal.  Manteve-se em estado de rebeldia constante, tornando-se um grande obstáculo do rei português Dom João VI e, depois, do imperador brasileiro dom Pedro I. Após a independência, conquistada em 1822, o Brasil precisava de novas leis. Em 1823, foi convocada uma Assembleia Nacional Constituinte, que se reuniu no Rio de Janeiro. Mas, em 12 de novembro, dom Pedro I ordenou seu fechamento. Os temores haviam se concretizado: o imperador não estava muito a fim de dividir seu poder. Na província de Pernambuco, a reação veio rápida e, em 13 de dezembro, as câmaras municipais de Recife e Olinda elegeram uma junta de governo.

À frente dela estava Manuel de Carvalho. Veterano da Revolução de 1817, ele havia se refugiado nos Estados Unidos, onde se encantara com o grau de autonomia dos estados. Era isso o que muitos pernambucanos queriam para o Brasil. Mas, em 25 de março de 1824, o imperador outorgou ao país uma nova Constituição. No texto, um dos principais artigos era a criação do Poder Moderador, que conferia ao Imperador do Brasil D. Pedro I, amplos poderes em relação aos demais e estava acima do povo e de qualquer instituição. E era ele, claro, quem deveria escolher os presidentes das províncias.

Para província de Pernambuco, o imperador nomeou José Carlos Mayrink. Em meio à agitação na província, entretanto, o escolhido não teve coragem de assumir. Dom Pedro I mandou uma esquadra bloquear o porto de Recife enquanto o poder não fosse passado a Mayrink. Os pernambucanos continuaram irredutíveis até que, em junho, a frota teve de voltar ao Rio por causa de uma suposta ameaça de invasão portuguesa.

Com o fim do bloqueio, Manuel de Carvalho propôs que as províncias do norte se unissem para formar um país independente. Em 2 de julho de 1824, nascia a Confederação do Equador, inspirada nas ideias iluministas da independência dos Estados Unidos e na Revolução Francesa, influenciados pela Maçonaria propondo a criação de uma república separatista. Um dos membros mais destacados do movimento foi Joaquim do Amor Divino Rabelo, mais conhecido como Frei Caneca. Com sua influência religiosa, ele conseguiu o apoio de Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba, que aderiram à Confederação. Em pouco tempo, as notícias sobre o levante no Brasil chegavam no exterior.

Nem todas as grandes nações da época haviam reconhecido a autoridade de dom Pedro I e a revolta não ajudava em nada a diplomacia. O governo imperial do Brasil contraiu empréstimos aos bancos ingleses e contratou vários mercenários estrangeiros para sufocar os rebeldes pernambucanos.

Em agosto, tropas imperiais desembarcaram em Alagoas e de lá foram para o Recife e contaram com os senhores de engenho que ajudaram a derrubar os rebeldes. A Confederação foi extinta em 29 de novembro. Manuel de Carvalho foi poupado e fugiu para a Inglaterra, enquanto outros líderes da insurreição foram executados. No Rio de Janeiro, a Corte respirava aliviada com a manutenção de seu poder sobre todo o país. Mas vivia com medo dos pernambucanos.


segunda-feira, 1 de setembro de 2025

O montim das mulheres.

 

Quadro do artista Isaías Medeiros retrata o episódio do Motim das Mulheres — Foto: Coleção de Isaías Medeiros. Fonte: Portal G1.


Armadas com pedras, facas, panelas e utensílios domésticos, cerca de 300 mulheres de Mossoró, no Rio Grande do Norte, foram às ruas da cidade, destruíram os editais que estavam pregados nas portas da igreja matriz e depredaram a sede do jornal local. Conhecido como Motim das Mulheres, o episódio ocorrido há 150 anos, em 30 de agosto de 1875, tinha um alvo e uma causa.

O alvo era o decreto imperial promulgado naquele ano que regulamentava o recrutamento militar tanto para o Exército quanto para a Marinha. A causa era o pavor que o alistamento causava nas mulheres, depois que muitas delas ficaram viúvas ou perderam seus filhos na Guerra do Paraguai, sangrento conflito ocorrido em 1864 e 1870.

A própria legislação, na verdade, também era uma resposta — tardia — às cicatrizes deixadas pelo conflito bélico. A experiência, afinal, deixou claro que o Brasil não tinha uma organização militar pronta para eventuais guerras. Assim, regulamentar o alistamento militar de jovens era uma maneira de garantir que o país tivesse contingente treinado e apto para campos de batalha.

"O motim foi um movimento, uma revolta das mulheres contra a obrigatoriedade do alistamento militar", contextualiza à BBC News Brasil o escritor e pesquisador Geraldo Maia do Nascimento, autor de, entre outros, Mossoró na Trilha da História. Nascimento conta que, àquela altura, a lei servia para substituir os milhares de mortos na guerra.

Na opinião pública, havia quem pensasse até que o Brasil estivesse a ponto de começar novas batalhas contra o Paraguai. De forma geral, a lei foi mal recebida. "Gerou uma insatisfação muito grande. A obrigatoriedade dos jovens a se alistarem foi mal interpretada", comenta Nascimento.

No livro Notas e Documentos para a História de Mossoró, o historiador Luís da Câmara Cascudo (1898-1986) ressalta que aquele ano foi "politicamente, uma fase de intensa vibração partidária", por conta do decreto que era parte de um esforço para "organizar" o Ministério da Guerra.

"No dia marcado, estavam umas 300 mulheres reunidas em Mossoró, porque as próprias Evas dos arrabaldes haviam aderido ao motim", afirmou o depoente. O grupo partiu em cortejo até a Igreja de Santa Luzia, local que vinha sendo utilizado para o alistamento. "Aí foram rasgados os editais pregados nas portas da igreja e despedaçados vários livros", descreveu.

Em seguida, as mulheres foram até um ponto em que havia um grupo de policiais encaminhados para "dominar a sedição". Houve então tumulto, com luta entre solados e mulheres. "Como era natural, foram várias as feridas, tendo a interferência de pessoas gradas da localidade evitado mais funestas consequências", afirmou.

Em ofício emitido pelo juiz de direito da cidade ao então presidente da Província, em 4 de setembro, o episódio também é relatado. Segundo o texto, não seriam 300, mas "um grupo de 50 a 100 mulheres mal aconselhadas por seus maridos e parentes" as que fizeram o motim, reduzindo a pedaços "no meio da rua" os "papéis relativos ao alistamento".

Para o artista plástico e pesquisador Isaías Medeiros, que produziu várias imagens alusivas ao episódio, o que mais chama a atenção do movimento "é a força feminina da organização, a coragem dessas mulheres de enfrentar com a força do braço" o poder instituído.

 

 

Essas mulheres rasgaram os editais na porta da igreja e seguiram para o jornal [O Mossoroense, que circulou entre 1872 e 2015], na redação onde estavam sendo produzidos os editais do alistamento. Invadiram o jornal e rasgaram os editais", narra ele.

Arquivista do Museu Histórico Lauro da Escóssia, em Mossoró, Deoclecio Evaristo de Oliveira Júnior define o motim como "um protesto de várias mães que lutaram pelo direito de seus filhos de não participarem de uma guerra".

De acordo com verbete do Dicionário Mulheres do Brasil, organizado por Schuma Schumaher e Erico Vital Brazil, a líder Ana Floriano ficou conhecida assim porque era casada com Floriano da Rocha Nogueira — seu nome verdadeiro era Ana Rodrigues Braga.

Todas as participantes [do motim organizado por ela] eram mães de família respeitáveis, e a cidade ficou chocada com suas ações", diz o verbete.

"Juntamente com Ana, mais duas mulheres, Maria Filgueira, casada com um capitão, e Joaquina de Sousa, ajudavam a organizar o movimento. À exceção de Maria Filgueira, todas as mulheres aparecem nos relatos como Ana de Tal ou Joaquina de Tal", ressalta o texto.

O protesto das mulheres acabou se resumindo ao dia em si. "Após o episódio, todas voltaram para suas casas", diz o verbete do Dicionário.

 


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