A
localização geográfica entre Ásia e Europa, permitiu-lhe um intenso desenvolvimento
comercial. Conhecida como “Porta do Oriente”, a cidade era o ponto de encontro
de pessoas e mercadores de várias partes do mundo: da China vinha a seda; da
Índia e do Ceilão, as famosas especiarias (cravo, pimenta-do-reino, etc); esses
produtos mais as joias e as imagens religiosas fabricadas pelos bizantinos eram
exportados para o Ocidente com grande lucro.
A
organização política tinha como expressão máxima a figura do imperador, o qual,
auxiliado por inúmeros funcionários, comandava o exército e liderava a Igreja,
que se autodenominava ORTODOXA. O imperador era, portanto, muito poderoso e
considerado um representante de Deus na terra, chegando mesmo a ser retratado
com uma auréola em torno da cabeça. Como a Igreja local estivesse subordinada a
sua autoridade, foi havendo um afastamento cada vez maior em relação à Igreja
ocidental, que obedecia ao papa. Mais tarde, esses laços foram rompidos
definitivamente, existindo até hoje a Igreja Católica e a Igreja Ortodoxa.
A
religião no Império Bizantino era a cristã, e os bizantinos vivam intensamente
o cristianismo. As festas oficiais, como a coroação de um imperador, tinham
sempre caráter religioso. O aniversário das pessoas era comemorado duas vezes
ao ano: no dia de seu nascimento e no dia do santo cujo seu nome a pessoa
adotou. Quem faltasse à missa três domingos seguidos eram expulsos da Igreja.
No
Império Bizantino, os ícones (imagens de Cristo, da Virgem e dos Santos) eram
muito populares e serviam como estímulo a devoção. Os principais fabricantes de
ícones eram os monges, que enriqueciam com essa atividade. Incomodado com o
poder crescente dos monges, em 746 o imperador bizantino proibiu a veneração de
imagens religiosas. A sociedade bizantina, então, dividiu-se entre os que eram
a favor dos ícones e os que eram contrários a eles. O imperador e seus
seguidores passaram a ser chamados de iconoclastas (aqueles que são contrários
à veneração de ícones, imagens, ou que os destroem). Atingidos pela proibição imperial, os monges encabeçaram
várias revoltas populares contra o Império. O Imperador, por sua vez, passou a
perseguir os monges e mandou destruir vários de seus mosteiros. O papa Gregório
III interveio na disputa excomungando (expulsando da Igreja) os iconoclastas.
Depois de vários conflitos, a imperatriz bizantina Irene liberou o culto às
imagens, diminuindo, assim, as tensões.
CISMA
DO ORIENTE. Conforme o cristianismo bizantino foi se expandindo, as
divergências entre o patriarca de Constantinopla e o papa foram aumentando. Os
patriarcas se consideravam dirigentes supremos da cristandade e rejeitavam,
portanto, a autoridade do papa. Este, por sua vez, não abria mão de seu poder.
As relações entre os patriarcas e o papa pioraram a tal ponto que, em 1054,
ocorreu o rompimento: a Igreja cristã dividiu-se em duas – a Igreja Católica
Apostólica Romana, chefiada pelo papa, e a Igreja Cristã Ortodoxa Grega,
dirigida pelo patriarca. Essa divisão ficou conhecida como Cisma do Oriente e
perdura até os dias de hoje.
No
governo do imperador Justiniano (527 a 565) e sua esposa, Teodora, o Império
Bizantino chegou ao seu apogeu. A Igreja de Santa Sofia, construída no governo
desse imperador, é hoje um documento do poder e da riqueza dos bizantinos
daquele tempo.
Apesar de se considerar um porta-voz
de Deus, Justiniano procurou dar ao seu governo uma base legal. Para tanto,
encarregou juristas de reunir e atualizar as principais leis romanas. Esse
trabalho resultou no Código Justiniano. Essa obra extensa está na base de
vários códigos civis atuais, inclusive o do Brasil.
Além
disso, Justiniano empenhou-se em restabelecer a unidade do antigo Império
Romano, reconquistando as terras perdidas para os germanos. Os exércitos
bizantinos empreenderam, então, várias campanhas militares, por meio das quais
conquistaram parte do norte da África, o sul da Espanha e a Península Itálica.
Essas conquistas, no entanto,
custaram caro aos bizantinos. Para cobrir os gastos com a guerra, o imperador
foi aumentando cada vez mais os impostos, o que provocou forte descontentamento
e várias revoltas populares.
O
Império Bizantino começou a declinar no século XI, sob o peso dos enormes
gastos militares para defender suas fronteiras, ameaçadas por diferentes povos.
Depois de sucessivos ataques, em 1453 os turcos otomanos conquistaram Constantinopla
com balas de canhão, armamento moderníssimo naquela época. Era o fim do Império
Bizantino.
A
principal construção da cidade de Constantinopla era a catedral de Santa Sofia,
erguida por Justiniano entre 531 e 537. Em sua construção trabalharam cerca de
10 mil homens. As paredes da catedral estavam recobertas por mármore e mosaicos
que encantavam os visitantes por sua beleza e esplendor. A parte central da
igreja era coroada com uma enorme cúpula de 65 metros de altura e 31 metros de
diâmetro.
Depois da conquista de Constantinopla pelos turcos, no
ano de 1453, a catedral da Santa Sofia foi transformada em uma mesquita e receberam
os minaretes, torres típicas das mesquitas muçulmanas. Após a Primeira Guerra Mundial,
no século XX. Santa Sofia foi transformada em museu.

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