Prof.° Elisonaldo Câmara

Minha foto
Mossoró/Guamaré / Pedro Avelino, Rio Grande do Norte, Brazil
Graduado em História pela UERN, Especialista em Geo-História, professor do município de Guamaré e do Estado do Rio Grande do Norte.

sábado, 29 de setembro de 2012

LUTERO E A REFORMA: O INÍCIO DO PROTESTANTISMO.



                                                                                                                      Por Ana Paula Sanvido

 
Nascido em 1483, na cidade de Eisleben, na Saxônia, o camponês Martinho Lutero foi o precursor do movimento maior, chamado Reforma Protestante. Para entender o movimento é preciso, primeiro, entender os motivos que levaram Lutero a um rompimento com a Igreja de Roma, e conseqüente criação de uma nova Igreja.
Tendo entrado para o convento dos padres agostinhos, em 1512 torna-se professor e doutor na Sagrada Escritura, na Universidade de Wittemberg·. Frade honesto, praticava as doutrinas com zelo, mas por possuir uma imagem de um Deus colérico e dominador, sua consciência o perseguia.
Conforme seguia em seus estudos, a importância da Bíblia crescia·. Apoiado nela, Lutero critica as superstições populares e o culto dos santos. Foi também durante seus estudos que se deparou com as palavras: “o justo viverá pela fé”, da epístola de São Paulo aos Romanos. Foi daí que tirou, posteriormente, que a salvação das almas se daria pela fé, e não pelas obras.
Em 1510, durante uma viagem a Roma, em negócios da sua ordem, Lutero se escandalizou com a leviandade e o luxo material do papado. Impressionou-se, sobretudo, com a venda de Indulgências que, segundo ele, desencaminhavam as almas simples: os ignorantes compravam as Indulgências acreditando que eles e seus entes seriam salvos – o dinheiro arrecadado com as vendas era usado na construção da Basílica de São Pedro.
Contra elas, Lutero escreveu suas 95 teses, nada mais que uma forma encontrada por ele de organizar as críticas contidas em seu espírito. Na véspera do dia de Todos os Santos, Lutero fixou suas 95 teses na porta da capela do castelo de Wittemberg, na intenção de que o grande número de fiéis que iriam  à cidade as visse.
Ao ficar sabendo disso, o arcebispo Alberto de Mongúcia, que se aproveitava do dinheiro resultante da venda de Indulgências, transmite ao Papa as 95 teses de Lutero, que conseguia um apoio cada vez maior do povo, além de ser protegido pelo Príncipe-eleitor da Saxônia, Frederico III.
Foi convocada então uma dieta em Augsburgo, no ano de 1518, que reuniria todos os potentados alemães, presididos pelo imperador Maximiliano. O cardeal Cajetan ficara incumbido, pelo papa Leão X, da tarefa de entrevistar Lutero e o obrigar a se retratar, ou sofrer as conseqüências de seus atos, e seria, então, levado a Roma como prisioneiro. Mas Lutero não se retrata.
Em 28 de novembro de 1518, apela ao papa um concílio geral da Igreja Cristã, tinha como objetivo a reforma espiritual e moral da cristandade. Tendo estudado a história do papado, encontrou bases para justificar sua dúvida quanto à suprema autoridade papal, contrastando-a com a da Bíblia. Começa a enviar uma série de panfletos, em alemão e latim, para um público cada vez maior: as pessoas começaram a ler seus escritos, e sua fama aumentava.
Em 15 de junho de 1520, é publicada a Bula Exsurge Domine, que condenava quarenta e uma proposições de Lutero como heréticas, e ordena que seus livros sejam queimados, além de estabelecer o prazo de dois meses para que ele se arrependa, ou seria excomungado.
No dia 10 de dezembro de 1520, Lutero queima, diante de cidadãos e membros da Universidade, os livros de direito canônico, os decretos papais e uma cópia da bula. Em 3 de janeiro de 1521, sua excomunhão foi tornada definitiva.
A disputa havia alcançado o campo da política européia. O imperador alemão Carlos V, vinte dias após a excomunhão de Lutero, convoca uma dieta em Worms, com a intenção de tomar as medidas necessárias para deter as idéias novas que circulavam na Alemanha, consideradas perigosas. Ali, Lutero foi convocado mais uma vez a se retratar, e novamente negou. Passado um mês, foi Lutero foi declarado excomungado do Império.
Lutero foi levado para o castelo de Wartburg, onde começa a traduzir o Novo Testamento para o alemão, defendendo que a Bíblia deveria entrar nas casas da gente simples, além de retomar seus estudos sobre os Salmos e comentários das Epístolas e Evangelhos.
Durante o período que permaneceu ali, o imperador proclama o édito de Worms, que baniu do Império Lutero e seus partidários. Isso significou a ruptura definitiva entre Lutero e a Igreja de Roma.
Na mesma época, as doutrinas luteranas começam a ser proclamadas em muitos cultos alemães. Começavam a ocorrer tumultos e ameaças contra padres e monges conservadores. O eleitor Frederico III, católico devoto, não gostou das notícias. Lutero também não.
Lutero não era extremista, mas parecia ser. Escrevia panfletos contra as revoltas, e arriscava a vida numa tentativa de deter a violência. Alguns homens afirmavam não desejar a reforma; seu próprio amigo, Staupitz, dizia que nenhuma reforma era justificável, se colocava em risco a unidade da Igreja.
Conforme rompia com a Igreja Romana, Martinho Lutero se via obrigado a organizar uma nova, cujos pilares são a Bíblia alemã e seus hinos. Ele não eliminou ou modificou o que não estava em desacordo com a palavra de Deus.
Em 1525, o culto em Wittemberg começa a ser celebrado de forma diversa; em 1526 foi publicado “A Missa Alemã”, que esclarece as modificações introduzidas, como por exemplo a substituição do latim pelo alemão, e o chamado aos fiéis a serem mais participativos, como por exemplo através do canto, principalmente no coral.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Envie suas dúvidas para o professor Elisonaldo

Nome

E-mail *

Mensagem *