Prof.° Elisonaldo Câmara

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Mossoró/Guamaré / Pedro Avelino, Rio Grande do Norte, Brazil
Graduado em História pela UERN, Especialista em Geo-História, professor do município de Guamaré e do Estado do Rio Grande do Norte.

domingo, 29 de março de 2015

Os Árabes e o Islamismo.



                       
                                      Por: Elisonaldo Câmara.
 A Arábia é uma península da Ásia Ocidental, próxima da África. Limita-se a noroeste com a Palestina, ao sul com o oceano Índico, a leste com o golfo Pérsico e a oeste com o mar Vermelho. A região que apresenta melhores condições geográficas, permitindo até mesmo uma razoável prática da agricultura, se bem que em áreas restritas. Os núcleos urbanos eram importantes centros comerciais, de onde partiam caravanas em direção a Áden, no sul da Arábia, ou a Bassorah, no golfo Pérsico. Nos referidos portos, os mercadores adquiriam especiarias orientais, que ali chegavam através da navegação de cabotagem, e as revendiam no Oriente Médio e Próximo. Os lucros eram enormes e fizeram a fortuna dos comerciantes, principalmente de Meca. Além do comércio externo, havia um ativo comércio interno entre os árabes do deserto, conhecidos como beduínos, e os do litoral. As práticas comerciais, contudo, circunscreviam-se aos meses finais do ano, quando os beduínos se deslocavam em direção às cidades. Além de seus objetivos mercantis, essa migração possuía também um caráter religioso, tendo Meca como ponto de convergência. A atração da cidade era um templo, a célebre Caaba, que abrigava numerosos ídolos adorados pelas tribos do deserto, assim como uma Pedra Negra, sobre a qual, segundo a tradição, repousou Ismael, considerado o ancestral do povo árabe. Havia ainda em Meca uma fonte sagrada (Zem-Zem), um vale onde o demônio (Iblis) era apedrejado pelos fiéis e o Monte Arafat, local de meditação noturna.
Maomé e o Islamismo
Maomé nasceu em Meca, por volta do ano 570, e pertencia à tribo que dominava a cidade: os Coraixitas. No entanto, era de uma família pobre. Ficou órfão aos seis anos de idade, sendo criado pelo avô e em seguida pelo tio Abu Taleb. Aos 15 anos de idade, já trabalhava nas caravanas que demandavam a Palestina e a Síria. Foi assim que tomou contato com povos e regiões diferentes e conheceu novas religiões, principalmente o cristianismo e o judaísmo. Assimilando os ensinamentos dessas duas doutrinas monoteístas, construiu um sincretismo religioso, isto é, uma integração de elementos retirados do cristianismo, do judaísmo e do paganismo árabe. O casamento com Khadija, uma rica viúva que lhe proporcionou a estabilidade material necessária para seu desenvolvimento intelectual. Maomé começou a fazer retiros espirituais no Monte Arafat, até que no ano 610 teve “três visões” do anjo Gabriel. Na última, o anjo ter-lhe-ia dito: “Maomé, tu és o único profeta do verdadeiro Deus (Alá)!” De início, restringiu suas pregações aos familiares e amigos, tendo em dois anos feito mais ou menos 80 adeptos. Sentindo-se mais seguro, iniciou a pregação pública aos Coraixitas, de quem naturalmente adviria a maior oposição, visto que estavam ligados economicamente ao politeísmo vigente na Arábia. Começou uma perseguição. Uma tentativa de assassinato ocorreu em 622, quando então Maomé fugiu de Meca para Yatreb. Essa foi a Héjira (“fuga”), que marca o início do calendário muçulmano. Em seguida, começou a Guerra Santa contra Meca, atacando suas caravanas, cujos itinerários conhecia muito bem. Seus êxitos militares eram considerados provas da existência de Alá. Em 630, com o apoio dos árabes do deserto, Maomé destruiu os ídolos, com exceção da Pedra Negra, que foi solenemente dedicada a Alá. Estava implantado o monoteísmo e com ele surgiu o Islamismo, o mundo dos submissos a Alá e obedientes ao seu representante, o Profeta Maomé. Organizou-se, assim, um Estado Teocrático. De 630 até 632, quando morreu, Maomé viveu em Medina. Converteu pela força das armas os árabes.  E organizou a doutrina islâmica em seus pontos essenciais. Seu livro básico, o Corão ou Alcorão, só foi compilado mais tarde, com base nos escritos de Said, um escravo persa que sintetizava seus pensamentos. A Suna, conjunto de ditos e episódios atribuídos a Maomé, surgiu depois, para completar a tradição em torno da vida do Profeta.
A palavra “Islamismo” vem do Islã que significa submissão total a deus.  A palavra “muçulmana” veio do árabe e significa  submetido a deus (muslim).A doutrina islâmica prega a existência de um só Deus, com natureza exclusivamente divina, sem forma humana; daí a proibição a todos os crentes (muçulmanos) de representarem formas vivas. Maomé devia ser considerado o último e principal profeta. Os muçulmanos deveriam acreditar nos anjos, no Juízo Final, no Inferno e no Paraíso; estes últimos possuíam uma conotação profundamente materialista, com sofrimentos e prazeres literalmente materiais. Duas vertentes são reconhecidas no Islamismo: os sunitas (o maior e mais ortodoxo grupo islâmico, constituindo maioria religiosa em países como o Iêmen e a Arábia Saudita, entre muitos outros) reconhecem a sucessão de Maomé por Abu Bakr e pelos três califas que o seguiram; os xiitas reconhecem a sucessão de Maomé por Ali, seu sobrinho. Os símbolos mais importantes para os islâmicos são a família e a mesquita, os elementos centrais da vida dos seguidores do Islamismo. Os principais pilares do islamismo eram: crença em Alá, cinco orações diárias, jejum no mês de Ramadã, peregrinar a Meca uma vez na vida e dar esmolas. A Guerra Santa contra os infiéis era uma prática recomendável, mas não obrigatória.

A cultura muçulmana

A importância maior da cultura muçulmana reside em seu caráter sincrético. O extenso contato que os muçulmanos tiveram com outras civilizações proporcionou-lhes uma enorme soma de conhecimentos. Os algarismos hindus foram transferidos para o Ocidente e as obras gregas toram traduzidas para o árabe com maior precisão do que para o latim. No campo da Química, os árabes se destacaram pela descoberta de ácidos, sais, álcool, sabão. Na Matemática, pelo desenvolvimento da Álgebra. Na Física, por várias leis da Óptica. A literatura muçulmana tem um caráter mais imaginoso e sensual do que intelectual. No Livro dos Reis são narrados acontecimentos relativos ao Império Persa. Rubayyat, de Omar Khayyam, é um poema que reflete o modo de viver e sentir predominante na cultura persa, além de obras como: As mil e uma noites, as aventuras de Sibá o marujo, Ali Babá e os Quarentas Ladrões.

O Islamismo hoje.

O Islamismo é a religião que mais cresce atualmente no mundo. Há no Mundo cerca de 5 bilhões habitantes, aproximadamente, sendo que quase 1 bilhão e 500 milhões desses habitantes são muçulmanos ou seja 25% da população Mundial. Consideram-se países muçulmanos aqueles em que os muçulmanos representem mais de 50% da população e a maioria deles são membros da Organização do Congresso Islâmico.

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