Prof.° Elisonaldo Câmara

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Mossoró/Guamaré / Pedro Avelino, Rio Grande do Norte, Brazil
Graduado em História pela UERN, Especialista em Geo-História, professor do município de Guamaré e do Estado do Rio Grande do Norte.

quarta-feira, 1 de julho de 2020

A Peste Negra e o Coronavírus: semelhanças e diferenças.

No início do século XIV a China vivenciou uma epidemia mortal de peste bubônica. A peste ocorre em virtude de um bacilo, presente no organismo dos ratos e que é repassado aos homens pelas pulgas. Assim que as primeiras pessoas são atingidas pela peste, a enfermidade se dissemina com grande rapidez. Os sintomas dessa doença são a febre alta, a inflamação das glândulas linfáticas (chamadas popularmente de bubões), manchas na pele (vermelhas inicialmente e que depois se tornam negras). O nome da doença, Peste Bubônica, tem relação direta com a inflamação dos gânglios linfáticos e o seu nome deriva justamente da expressão Bubão. Situações de subnutrição e desnutrição ou de qualquer outra doença no organismo de uma pessoa infectada tornam a possibilidade de sobrevivência a peste praticamente impossível.

A população da China, do século XIV, reduziu consideravelmente, passando de 125 milhões de pessoas para 90 milhões. Como a China era uma das mais importantes nações comerciais do mundo naquele período, a doença migrou através de navios mercantes para a Europa. Eles retornavam da Ásia, em direção as cidades italianas, pelo Mar Negro, uma das principais rotas comerciais que ligavam a Europa e diversos produtos originados da Índia, China, Arábia, entre outros. Quando os navios atracaram na Itália, não demorou muito para que a doença se espalhasse pelas cidades da região e na zona rural. Apavorados muitos habitantes das regiões infectadas fugiram de suas cidades, vilas, aldeias e feudos. Não sabiam tais pessoas que a contaminação de um único ser entre todos eles fazia com que a peste os acompanhasse por onde fossem. (...)A quantidade de corpos crescia nas casas abandonadas e não lhes era dada nem mesmo a possibilidade de um enterro. O resultado da epidemia era tão devastador que o escritor italiano Boccaccio chegou a dizer que as vítimas frequentemente “almoçavam com os amigos e jantavam com seus ancestrais”. Quando a doença atingiu a Inglaterra, ela passou a ser chamada de Peste Negra, devido as manchas que apareciam na pele dos enfermos. Para piorar, a medicina do período medieval não tinha instrumentos e remédios adequados para realizar o combate contra a praga. (...) Depois de 5 anos, aproximadamente 25 milhões de pessoas haviam morrido. Isso equivalia, a um terço da população europeia. A morte de um número tão grande de pessoas, na Europa provocou consequências sérias que afetaram a vida local por alguns séculos. Faltavam trabalhadores para a realização do trabalho no campo, e os impostos não reduziram. Isso motivou os camponeses a violentas revoltas que aconteceram em vários países, como a Itália, a França e a Inglaterra.

Nas cidades faltavam pessoas para trabalhar no comércio e nas oficinas de artesãos especializados. (...) A Igreja Católica perdeu credibilidade junto aos fiéis por conta das perdas da Peste Negra, (...) as pessoas foram estimuladas a aderir aos movimentos que começavam a questionar a Igreja Católica. Algumas cidades criaram formas para combater o avanço da doença, em Milão, os representantes do poder público lacraram residências de pessoas que estavam contaminadas para evitar o contato delas com pessoas saudáveis. Dessa forma pretendiam que o contágio da enfermidade não acontecesse. Em Veneza foram adotadas medidas como a quarentena e o isolamento das embarcações que chegavam à cidade em uma ilha para evitar que novos focos da peste bubônica pudessem surgir. Apesar de não conseguirem evitar as mortes em seus municípios, tais medidas tornaram a quantidade de vítimas inferior ao de outras cidades da Europa que não haviam tomado qualquer providência para combater a doença. Disponível em: http://textosdidaticos.blogspot.com/2008/06/peste-negra.html, acessado em: 14/03/2020.

Em 31 de dezembro de 2019, a Organização Mundial da Saúde (OMS) foi alertada sobre vários casos de pneumonia na cidade de Wuhan, província de Hubei, na República Popular da China. Tratava-se de uma nova cepa (tipo) de coronavírus que não havia sido identificada antes em seres humanos. Em 11 de março de 2020, a COVID-19 foi caracterizada pela OMS como uma pandemia. Os coronavírus são a segunda principal causa do resfriado comum e, até as últimas décadas, raramente causavam doenças mais graves em humanos do que o resfriado comum. Ao todo, sete coronavírus humanos (HCoVs) já foram identificados: HCoV-229E, HCoV-OC43, HCoV-NL63, HCoVHKU1, SARS-COV (que causa síndrome respiratória aguda grave), MERS-COV (que causa síndrome respiratória do Oriente Médio) e o, mais recente, novo coronavírus SARS-CoV-2. Esse novo coronavírus é responsável por causar a doença COVID-19.

Foram confirmados, até o dia 19 de março de 2020, no mundo 209.839 casos de COVID-19 e 8.778 mortes. O Brasil confirmou 621 casos e seis mortes. O país anunciou recentemente uma série de orientações para reduzir o contágio da doença, incluindo questões relacionadas a aglomeração de pessoas, grandes eventos, pessoas que retornam de viagens internacionais, cumprimentar evitando apertos de mão e beijos, entre outras. As medidas de proteção são as mesmas utilizadas para prevenir doenças respiratórias, como: se uma pessoa tiver febre, tosse e dificuldade de respirar, deve procurar atendimento médico assim que possível e compartilhar o histórico de viagens com o profissional de saúde; lavar as mãos com água e sabão ou com desinfetantes para mãos à base de álcool; ao tossir ou espirrar, cobrir a boca e o nariz com o cotovelo flexionado ou com um lenço – em seguida, jogar fora o lenço e higienizar as mãos. Adaptado de: https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=6101:folha


 


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