Prof.° Elisonaldo Câmara

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Mossoró/Guamaré / Pedro Avelino, Rio Grande do Norte, Brazil
Graduado em História pela UERN, Especialista em Geo-História, professor do município de Guamaré e do Estado do Rio Grande do Norte.

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Natal e a Intentona Comunista.

Fonte: Aventuras na história/Projeto Araribá.

     Por: Elisonaldo Câmara

Em meados de 1935, estourou no Brasil um levante organizado pelo Partido Comunista, a revolta foi denominada de Intentona Comunista, restrito as cidades de Natal, Recife e Rio de Janeiro. Durante quatro dias o Brasil viveu a experiência de um governo comunista, após um levante militar no Batalhão do Exército, a capital do estado do Rio Grande do Norte caiu nas mãos dos rebeldes, que destituíram os governantes locais e assumiram o poder com o apoio do Partido Comunista do Brasil liderado por Luís Carlos Prestes. Sob o lema ‘’pão, terra e liberdade, os revolucionários pretendiam iniciar a instalação de um regime soviético no Brasil.
Não houve tanta resistência os revolucionários liderados por Quintino Clementino de Barros e apoiados por grupos civis organizados, tomaram o quartel, palácio do governo, a central elétrica, a estação ferroviária e as centrais telefônica e telegráfica, o Governador e demais autoridades civis e militares do estado feriram e se esconderam  na casa de aliados  para  organizar uma resistência que foi logo vencida pelos militares rebeldes.


A ''junta governista do Rio Grande do Norte.

Formou-se uma junta provisória de governo, que foi denominado de  ‘’Comitê Popular Revolucionária’’, composta pelo sapateiro José Praxedes; sargento Quintino Barros; Lauro Lago; estudante João Galvão e José Macedo funcionário dos correios, que tomaram algumas medidas: decreto com a destituição do Governo do Estado e da Assembleia Legislativa, as tarifas de bondes foram extintas e o transporte coletivo tronou-se gratuito, foi confiscado o dinheiro do Banco do Brasil parte do foi distribuído com á população.
Para se comunicar com a população, editaram e distribuíram o primeiro e único número do Jornal ‘’A Liberdade’’, nele foi publicado o expediente do novo governo e um manifesto, inspirado na ideologia do programa do PCB e  sob o lema ‘’Todo poder á ANL’’.O levante não ficou restrito a Natal, houve uma interiorização do movimento no RN rumo a Mossoró e a divisa com a PB, foram formadas três colunas guerrilheiras que ocuparam 17 dos 41 municípios do estado, destituindo prefeitos e nomeando outros.
Em uma localidade chamada Serra do Doutor, um dos grupos da ANL foi preso por tropas leais a Getúlio Vargas, informados de que tropas federais entrariam em Natal e com a possibilidade de bombardeio aéreo, os líderes do governo Comunista, fugiram e outros foram capturados e enviados para o RJ. O governador Rafael Fernandes foi reconduzido ao cargo e a vida voltou ao normal na cidade de Natal que, durante 90 horas, abrigou, como escreveu Hélio Silva, ‘’o primeiro, único e fugaz governo soviético na história do Brasil.’’

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