Prof.° Elisonaldo Câmara

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Mossoró/Guamaré / Pedro Avelino, Rio Grande do Norte, Brazil
Graduado em História pela UERN, Especialista em Geo-História, professor do município de Guamaré e do Estado do Rio Grande do Norte.

terça-feira, 8 de dezembro de 2020

ÁFRICA, DIVERSIDADE DE POVOS E REINOS.

                                          


 O REINO DO CONGO (SÉCULOS XII-XVI)

                     Conta-se que, do casamento de Nimi Lukeni, do povo Kicongo, com uma mulher do povo Ambundo, surgiu o reino do Congo, no final do século XIV, próximo ao rio Congo (rio Zaire). Com o título de Mani Congo, que significa "senhor do Congo“, Lukeni passou a governar todas as aldeias, auxiliado por conselheiros, chefes militares, coletores de impostos e juízes. A capital do reino era M’banza Congo (cidade do Congo) e para lá iam todos os tributos em forma de mercadorias e alimentos que as aldeias que formavam o reino tinham que pagar. Os manis, que sucederam Nimi Lukeni, expandiriam o poder do reino por meio de conquistas militares e de casamentos de aliança. No reino do Congo, os mais velhos controlavam os meios de produção (terras, instrumentos de trabalho) e o poder político. Tratava-se de uma sociedade organizada na relação familiar, também chamada de linhagem porque se baseava no parentesco e se apoiava nas diferenciações de idade e sexo. Em muitos lugares, vigorava o trabalho escravo ao lado do trabalho livre. Nesses casos, os escravos eram membros dominados de outras linhagens (famílias) que não tinham ligações com a rede de parentesco dominante. É importante frisar que os escravizados não eram destituídos de sua humanidade. Por vezes, ficavam temporariamente nesta condição. Os escravos desempenhavam praticamente as mesmas funções que os membros da linhagem dominante: trabalho cooperativo, expedições de caça, defesa das cidades e participação em cerimônias religiosas. A escravidão não era fator social predominante e coexistia com outras formas de dependência. Por isso alguns historiadores preferem afirmar que não havia escravidão no reino do Congo, até a chegada dos portugueses no final do século XV. 
 1) Retire a passagem do texto que comprova que geralmente o Mani Congo governava com o auxílio de diferentes assistentes.
 2) Em que a escravidão, no reino do Congo, diferia da escravidão praticada por outros povos? Justifique. 

            Alguns versos do samba-enredo abordam a vida da rainha Jinga (ou Nzinga, como se pronunciava em mbundu) que nasceu por volta de 1581 e viveu num dos territórios do reino do Congo, Ndongo. Sua trajetória é surpreendente e fabulosa, pois, em 1622, ao ser enviada a Luanda (atual capital de Angola), cidade que sediava a administração portuguesa na África, Jinga se tornou uma aliada do império português, se convertendo inclusive ao cristianismo, com o nome católico de Ana de Souza. Em 1624, o reino de Ndongo sofreu um esvaziamento de poder e Jinga disputou com Ngola-a-Ari, que saiu vencedor. Passados três anos, Ngola-a-Ari morreu envenenado permitindo o regresso de Jinga, que havia se retirado com seu povo. Jinga governou soberana, até o ano de 1663, negociando, tanto com portugueses como com holandeses, a entrada no território africano. Ou negociavam ou enfrentavam a resistência desses países em alguns territórios de Ndongo. Ao longo de seu reinado, Jinga enfrentou várias guerras contra outros reis africanos e contra autoridades europeias. Numa guerra travada, em 1629, pelo controle de Matamba, suas irmãs, Kambo e Funji, caíram nas mãos dos portugueses, acabando presas em Luanda. Em outubro de 1641, uma ordem do Conselho Ultramarino criticava Fernão de Souza, então governador em Angola, por este “ter tirado a realeza de Jinga”, reiterando que a ela, e só a ela, “assistia o direito e a justiça” em Ndongo. Em retaliação, Jinga fez acordos com os holandeses, que ocuparam Luanda. 
        Ela lutou também contra o povo Imbagalas que resistia à presença holandesa. A partir de 1644, os portugueses foram seus principais inimigos, em sucessivas batalhas, que duraram até 1648. Em 1651, porém, a rainha Jinga e o governador de Angola, Salvador Correia de Sá e Benevides – que governara o Rio de Janeiro entre 1637 e 1642 – firmaram a paz, bem como acordos comerciais. Naquela ocasião, Salvador de Sá afirmara à Jinga que era “maior honra poder cooperar pelo aumento de sua grandeza, do que ser servido por todos os escravos não só da Matamba, mas de toda a África”. Em 1656, aos 75 anos de idade, como última estratégia de poder, Jinga permitiu a entrada de religiosos capuchinhos em seu território, convertendo-se totalmente ao catolicismo numa política de alianças com os portugueses. (Adaptado de Silva, Luiz Geraldo. Princesas Negras. Revista Agentes de Leitura, ano 9. fasc.19. 2009. Ediouro).
 3) Retire do texto uma passagem que comprove o poder conquistado pela rainha Jinga. 
4) Que nome cristão Jinga adotou ao se converter ao catolicismo? 
5) Qual era a estratégia de Jinga? Deu certo? Justifique. 
6) O Reino de Gana, a “terra do ouro”, apresentava em sua administração o rei (gana), o qual era visto como um elo entre os deuses e o homem além de liderar um poderoso exército. Quais outros funcionários cuidavam da administração do reino: a) Sacerdotes, nobres e funcionários. b) Sacerdotes, nobres e escravos. c) Nobres e funcionários. d) Empregados e camponeses.
 7) Os reinos de Gana, Mali e Aksum, fazem parte: a) da África do Sul. b) do continente Europeu. c) da América do Sul. d) do continente Africano. 
8) A história dos reinos de Gana, Mali e Aksum, que estudamos se localizam em qual período:
 a) A África antes dos europeus. 
b) A África depois dos europeus. c) A África no século XXI. d) A África antes de Cristo. Sobre a escravidão responda: 9) Quem se tornava escravos nos reinos africanos? 
10) Como foi a prática escravista no Brasil colonial a partir do século XV?

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