Nuremberg, 16 de outubro de 1946. Treze degraus levam a uma plataforma com três forcas pintadas de verde. O carrasco, sargento John C. Woods, faz os últimos ajustes nas cordas. Ao pé da pequena escadaria estão quatro generais representando os Aliados, oito jornalistas, oficiais de exército e alguns soldados de guarda. Também o primeiro-ministro da Baviera e o procurador-geral de Nuremberg estão no local, convocados como testemunhas. Ao todo, 45 pessoas observam a cena.
Pouco depois da 1h00 da madrugada, o primeiro condenado caminha para a forca. É Joachim von Ribbentrop, ex-ministro de Relações Exteriores do III Reich. Ele pronuncia com dificuldade seu próprio nome, pois todos haviam recebido a ordem de se identificar antes da execução, e diz suas palavras finais: “Que Deus proteja a Alemanha e tenha piedade da minha alma. Meu último desejo é que meu país reencontre sua unidade e que o leste e o oeste se entendam pela paz mundial”. Sua morte será oficialmente constatada à 1h32.
O próximo condenado conduzido ao cadafalso é o marechal de campo Wilhelm Keitel, ex-chefe do comando supremo das Forças Armadas. Em seguida, Ernst Kaltenbrunner, ex-chefe da Gestapo, e Alfred Rosenberg, ideólogo do Partido Nazista e ministro dos territórios ocupados do Leste.
São 2h00 da manhã, e John C. Woods passa a corda pelos pescoços de Hans Frank, ex-governador da Polônia, e Wilhelm Frick, ministro do Interior do III Reich. O próximo na fila é Julius Streicher, editor do jornal antissemita Der Stümer e único condenado a gritar “Heil Hitler!” antes de sua execução. Ainda no pé da forca ele diz: “Feliz Yom Kippur! E agora no caminho em direção a Deus” e, após um breve silêncio, completa: “Os bolcheviques enforcarão todos vocês!”. In: História Viva.
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