A expansão ultramarina Europeia deu início ao
processo da Revolução Comercial, que caracterizou os séculos XV, XVI e XVII.
Através das Grandes Navegações, pela primeira vez na história, o mundo seria
totalmente interligado. Somente então é possível falar-se em uma história em
escala mundial. A Revolução Comercial, graças à acumulação primitiva de Capital
que propiciou, preparou o começo da Revolução Industrial a partir da segunda
metade do século XVIII. Apenas os Estados efetivamente centralizados tinham
condições de levar adiante tal empreendimento, dada a necessidade de um grande
investimento e principalmente de uma figura que atuasse como coordenador – no
caso, o Rei. Além de formar um acúmulo prévio de capitais, pela cobrança direta
de impostos, o rei disciplinava os investimentos da burguesia, canalizando-os
para esse grande empreendimento de caráter estatal, ou seja, do Estado, que se
tornou um instrumento de riqueza e poder para as monarquias absolutas. Fatores
que levaram à Expansão Marítima.
1 – A procura de especiarias: A Itália possuía duas cidades (Gênova e Veneza) que
dominaram o mercado de especiarias no Mediterrâneo Oriental, pois era
necessário buscar as mercadorias (tecidos, tapetes, perfumes, etc.) nos portos
de Alexandria e Constantinopla. Eles revendiam esses produtos por preços
absurdos, visando apenas um grande lucro. A burguesia europeia, cansada desses
preços, percebeu que era hora de descobrir um novo caminho para as Índias, para
quebrar o monopólio italiano sobre o comércio no mar Mediterrâneo.
2 – A escassez de metais preciosos: As minas europeias já não conseguiam atender a demanda
de metais preciosos. A escassez foi consequência da grande quantidade de moedas
usadas para o pagamento das importações. Eles perceberam que era preciso buscar
novas fontes/novas minas fora do continente europeu.
3 – Aliança entre o rei e a burguesia: Essa aliança buscava a valorização do comércio e a
centralização do poder, possibilitando a derrota da nobreza feudal. Funcionava
desse modo: a burguesia fornecia capital e armas para o exército, em troca, os
reis promoviam melhorias no comércio para atenderem aos interesses da
burguesia.
4 – A Catequese: A igreja católica desejava conquistar novos fiéis
para compensar as perdas com a Reforma Protestante (que havia “tomado” muitos
de seus religiosos). A possibilidade de conversão dos pagãos ao cristianismo
animava os católicos.
5 – Avanços na Arte Náutica: Desejavam aprimorar seus conhecimentos geográficos,
após o desenvolvimento da cartografia. As tecnologias de navegação estavam em
grande grau de avanço, logo, invenções como a bússola, o astrolábio e a
caravela tornaram as viagens bem mais seguras.
OBJETIVOS DA EXPANSÃO. - Metais; - Mercados; - Especiarias (Noz Moscada, Cravo...) -
Terras; - Fiéis;
O Pioneirismo Português. Portugal foi o pioneiro nas navegações dos séculos XV e XVI. Os portugueses já possuíam certa experiência em navegações – por causa da pesca de bacalhau, por exemplo – o que ajudou bastante o país. Esse pioneirismo só foi possível com: investimento de capital vindo da burguesia e da nobreza (muito interessados no lucro que este negócio poderia gerar), boa qualidade de suas caravelas (superiores à de outras nações) e a preocupação com os estudos náuticos (chegaram a criar até um centro de estudos, A Escola de Sagres). Foi durante essa boa fase que Portugal chegou ao Brasil. Em 1500, Pedro Álvares Cabral o descobriu, antes de seguir até a Índia. Existem controvérsias sobre esta vinda (se foi intencional ou não). Portugal também acabou em disputa com a Espanha, pelas terras da América. ESCOLA DE SAGRES – Centro de Estudos Náuticos, fundado pelo infante Dom Henrique, o qual manteve até a sua morte, em 1460, o monopólio régio do ultramar. O "Príncipe perfeito" Dom João II (1481-1495) continuou o aperfeiçoamento dos estudos náuticos com o auxílio da sua provável Junta de Cartógrafos, que teria elaborado em detalhe o plano de pesquisa do caminho marítimo para as índias.
Bússola |
Astrolábio |
Quadrante
|
EXPANSÃO ESPANHOLA.
Tão logo completou a sua centralização monárquica, em 1492, a Espanha inicia as Grandes Navegações Marítimas. Os Reis Católicos (Fernando e Isabel) cederam ao navegador Cristóvão Colombo três caravelas. Com elas, Colombo pretendia chegar às Índias, navegando na direção do oeste. Ao aportar nas Antilhas, ele chega a Cuba, El Salvador e Santo Domingo acreditando terem chegado ao arquipélago do Japão. Com a entrada da Espanha no ciclo das grandes navegações, criou-se uma polêmica entre esta nação e Portugal, pela posse das terras recém-descobertas da América. Essa questão passa pelo Papa, que escreve a Bula "Inter Colétera" (as terras da América seriam dividas por uma linha a 100 léguas das Ilhas de Cabo Verde, em que Portugal ficaria com as terras orientais e a Espanha ficaria com as terras ocidentais). Portugal fica insatisfeito, recorre ao Papa -> Tratado de Tordesilhas. As viagens ibéricas prosseguiram até que a descoberta de ouro na América, pelos espanhóis, aguçou a cobiça de outras nações europeias que procuravam completar seu processo de centralização monárquica. Passam a contestar o Tratado de Tordesilhas, ao mesmo tempo em que tentavam abrir novas rotas para a Ásia, através do Hemisfério Norte, e se utilizavam da prática da Pirataria. Afirmavam ainda que a posse da terra descoberta só se concretizava quando a nação reivindicasse a ocupasse efetivamente, o princípio do "Uti Possidetis" (usucapião). França foi uma das mais utilizarias desse pretexto. Consequências da Expansão Marítima.
·
Ampliação
do conhecimento humano sobre a geografia da Terra.
·
Revolução
comercial – unificação dos mercados europeus, asiáticos, africanos e
americanos.
·
A
decadência das cidades italianas.
·
Formação
do Sistema Colonial.
·
Escravismo
em moldes capitalistas.
·
Hegemonia
europeia sobre o mundo.
·
Afluxo de
metais provenientes da América para a Europa.
Navegações
portuguesas. O
início da expansão marítima portuguesa teve início com a conquista de Ceuta,
localizada no norte do continente africano, em 1415. Em 1488, Bartolomeu Dias
contorna o Cabo das Tormentas (Boa Esperança). No ano de 1498, Portugal realiza
uma das mais importantes navegações: é a chegada das caravelas, comandadas por
Vasco da Gama às Índias. Navegando ao redor do continente africano, Vasco da
Gama chegou à Calicute e pôde desfrutar de todos os benefícios do comércio
direto com o oriente. Ao retornar para Portugal, as caravelas portuguesas,
carregadas de especiarias, renderam lucros fabulosos aos lusitanos. Outro
importante feito foi à chegada das caravelas de Cabral ao litoral brasileiro,
em abril de 1500. Após fazer um reconhecimento da terra "descoberta",
Cabral continuou o percurso em direção às Índias. Em função destes
acontecimentos, Portugal tornou-se a principal potência econômica da época. Navegações
Espanholas. A Espanha também se destacou nas conquistas
marítimas deste período, tornando-se, ao lado de Portugal, uma grande potência.
Enquanto os portugueses navegaram para as Índias contornando a África, os
espanhóis optaram por outro caminho. O genovês Cristóvão Colombo,
financiado pela Espanha, pretendia chegar às Índias, navegando na
direção oeste. Em 1492, as caravelas espanholas partiram rumo ao oriente
navegando pelo Oceano Atlântico. Colombo tinha o conhecimento de que nosso
planeta era redondo, porém desconhecia a existência do continente americano.
Chegou em 12 de outubro de 1492 nas ilhas da América Central, sem saber que
tinha atingido um novo continente. Foi somente anos mais tarde que o navegador
Américo Vespúcio identificou aquelas terras como sendo um continente ainda não
conhecido dos europeus. Em contato com os índios da América (maias, incas e
astecas), os espanhóis começaram um processo de exploração destes povos,
interessados na grande quantidade de ouro. Além de retirar as riquezas dos
indígenas americanos, os espanhóis destruíram suas culturas.
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