Prof.° Elisonaldo Câmara

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Mossoró/Guamaré / Pedro Avelino, Rio Grande do Norte, Brazil
Graduado em História pela UERN, Especialista em Geo-História, professor do município de Guamaré e do Estado do Rio Grande do Norte.

quarta-feira, 24 de março de 2021

As reformas no Rio de Janeiro.

             Na passagem do século XIX para o XX, a cidade do Rio de Janeiro ainda tinha características urbanas da época colonial, apesar da riqueza proporcionada pela cafeicultura e pelas fábricas. A capital brasileira ficava localizada entre o litoral e a Serra do Mar, em um terreno cheio de morros e lagoas. Além disso, sua geografia não favorecia o desenvolvimento do centro urbano. As ruas da cidade eram sujas e estreitas, e quase não havia saneamento básico. Doenças como varíola, malária, febre amarela e peste bubônica atingiam frequentemente a população.

Antigos edifícios, transformados em cortiços no centro da cidade, eram habitados por milhares de famílias pobres, vivendo em situações precárias e sem condições mínimas de higiene. O porto da cidade não tinha estrutura para receber navios de grande porte, prejudicando a circulação de mercadorias entre a capital e outras regiões do Brasil e do mundo.

As políticas públicas.

                Em 1902, Rodrigues Alves assumiu a presidência do Brasil. Um dos principais aspectos de seu plano de governo era programar um amplo programa de reformas urbanas e sanitárias na capital federal. Faziam parte desse programa a modernização do porto, o alargamento das ruas, a higienização do centro da cidade e a construção de novos edifícios. Essas reformas visavam tornar a cidade mais limpa, moderna e atraente para os investidores estrangeiros e para os trabalhadores imigrantes.

              Para realizar as reformas urbanas e sanitárias, o presidente deu amplos poderes ao prefeito do Rio de Janeiro, o engenheiro Pereira Passos, e ao diretor do Serviço de Saúde Pública, o médico sanitarista Oswaldo Cruz.

            As reformas no Rio de Janeiro faziam parte de um projeto de “regeneração” da cidade, que além de reformas urbanas e sanitárias, buscava a mudança nos costumes das pessoas. Além de uma capital “moderna”, as elites brasileiras desejavam que a população fosse “civilizada”, comportando-se de acordo com padrões europeus. Por isso, vários costumes e tradições considerados perturbadores da ordem, como a serenata e o jogo de capoeira, foram duramente reprimidos durante a Primeira República.

A expulsão da população.

            Durante as reformas, muitos moradores pobres e pequenos comerciantes foram expulsos do centro da cidade, sem nenhuma indenização ou novo local para se fixar. As obras foram conduzidas de modo autoritário e com repressão policial, gerando grande insatisfação popular. Os pobres, afastados de suas residências, deslocaram-se até os morros vizinhos ou para os subúrbios, construindo moradias improvisadas com material de demolição retirado do centro da cidade. Essas moradias improvisadas deram origem às primeiras favelas da cidade do Rio de Janeiro.

A revolta da vacina.

         O médico sanitarista Oswaldo Cruz foi encarregado de conduzias reformas sanitário no Rio de Janeiro. Com o objetivo de saneara cidade, dedicou-se, inicialmente, ao combate de doenças como a febre amarela e a peste bubônica, eliminando mosquitos e ratos. Em seguida, comandou o processo de erradicação da varíola, porém o único meio de combater essa doença era vacinar a população.  Na época, membros da oposição ao governo propagaram informações infundadas que questionavam a eficácia da vacina. Essas  informações assustaram boa parte da população, que se recusou a tomá-la. Por isso, o governo aprovou, em novembro de 1904, a Lei da Vacina Obrigatória e passou a usar a força policial nos casos de resistência à vacinação.

A população, que já estava cansada das medidas autoritárias do governo, iniciou então uma grande revolta. Durante uma semana,  a população levantou barricadas nas ruas, depredou edifício se saqueou lojas. Nos confrontos com a polícia, houve grande  número de mortos e feridos. Após a revolta, a vacinação deixou de ser obrigatória e tornou-se voluntária.

 

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