Prof.° Elisonaldo Câmara

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Mossoró/Guamaré / Pedro Avelino, Rio Grande do Norte, Brazil
Graduado em História pela UERN, Especialista em Geo-História, professor do município de Guamaré e do Estado do Rio Grande do Norte.

domingo, 15 de junho de 2025

A origem das Festas Juninas.

    

         Existem duas explicações para o nome Festa Junina. A primeira diz que este nome surgiu porque as festividades acontecem durante o mês de junho.  A outra explicação diz que esta festa tem origem em países católicos da Europa e, portanto, seria uma homenagem a São João. 

    No princípio, a festa era chamada de Joanina.   De acordo com historiadores, essa festividade foi trazida para o Brasil pelos portugueses, quando o Brasil era governado por Portugal. Mas outros povos também influenciaram as nossas festas juninas como os chineses espanhóis e franceses.  

Da França veio a dança marcada que deu origem às danças de quadrilha. Já a tradição de soltar fogos de artifício veio da China, que teria iniciado a fabricação da pólvora.  De Portugal e da Espanha teria vindo a dança de fitas, muito comum em festas juninas do Brasil. 

 Todos esses elementos culturais dos  afro-brasileiros e imigrantes vindos de Portugal , Espanha e França  foram, com o passar do tempo, misturando-se aos aspectos culturais dos brasileiros, dando origem às festas juninas como elas são hoje em dia.

As tradições fazem parte das comemorações. O mês de junho é marcado pelas fogueiras, que servem como centro para a famosa dança de quadrilhas. Os balões também compõem este cenário, embora sejam cada vez mais raros em função das leis que proíbem esta prática, por causa dos riscos de incêndio. As bandeirinhas de papel de seda servem para enfeitar as festas. 

   Como Santo Antônio é considerado o santo casamenteiro, existem as simpatias para mulheres solteiras que querem se casar.

No dia 13 de junho, as igrejas católicas distribuem o “pãozinho de Santo Antônio” que elas devem comer com toda a fé.  Diz a tradição, também, que o pão bento deve ser colocado junto aos outros mantimentos da casa, para que nunca falte comida.


segunda-feira, 9 de junho de 2025

SOMOS TODOS IDADE MÉDIA.

 


Pouca gente se dá conta, mas muitos hábitos, conceitos e objetos tão presentes no nosso dia-a-dia, inclusive o próprio idioma que falamos, vêm daquela época.

Muitos professores consideram especialmente árdua a tarefa de ensinar História Medieval. A distância que separa os alunos de época tão remota argumentam alguns, seria um dos principais obstáculos. Como despertar seu interesse por tema tão antigo? Como passar às novas gerações conceitos, ideias
e fatos que, aparentemente, têm tão pouco a ver com o mundo de hoje?

Mas seria bem diferente se eles mostrassem a seus discípulos que, como veremos a seguir, e embora muita gente não se dê conta, nosso próprio cotidiano está impregnado de hábitos, costumes e objetos que vêm de muito mais longe do que se pode imaginar.

Ao tratarmos da História do Brasil, por exemplo, a tendência é começar no dia 22 de abril de 1500, quando Pedro Álvares Cabral e os tripulantes de sua esquadra “descobriram” nossa terra. Mas aqueles homens não traziam atrás de si, dentro de si, toda uma história? Não trouxeram para cá amplo conjunto de instituições, comportamentos e sentimentos? Aquilo que é até hoje o Brasil não tem boa parte da sua identidade definida pela longa história anterior de seus “descobridores”? Dizendo de outro modo, nossas raízes são medievais, percebamos ou não este fato.

Pensemos num dia comum de uma pessoa comum. Tudo começa com algumas invenções medievais: ela põe sua roupa de baixo (que os romanos conheciam, mas não usavam), veste calças compridas (antes, gregos e romanos usavam túnica, peça inteiriça, longa, que cobria todo o corpo), passa um cinto fechado com fivela (antes ele era amarrado).

A seguir, põe uma camisa e faz um gesto simples, automático, tocando pequenos objetos que também relembram a Idade Média, quando foram inventados, por volta de 1204: os botões. Então ela põe os óculos (criados em torno de 1285, provavelmente na Itália) e vai verificar sua aparência num espelho de vidro (concepção do século XIII). Por fim, antes de sair olha para fora através da janela de vidro (outra invenção medieval, de fins do século XIV) para ver como está o tempo.

Ao chegar à escola ou no trabalho, ela consulta um calendário e verifica quando será, digamos, a Páscoa este ano: 23 de março de 2008. Assim fazendo, ela pratica sem perceber alguns ensinamentos medievais. Foi um monge do século VI que estabeleceu o sistema de contar os anos a partir do nascimento de Cristo. Essa data (25 de dezembro) e o dia de Páscoa (variável) também foram estabelecidos pelos homens da Idade Média. Mais ainda, ao escrever aquela data – 23/3/2008 –, usamos os chamados algarismos arábicos, inventados na Índia e levados pelos árabes para a Europa, onde foram aperfeiçoados e difundidos desde o começo do século XIII.

O uso desses algarismos permitiu progressos tanto nos cálculos cotidianos quanto na matemática, por serem bem mais flexíveis que os algarismos romanos anteriormente utilizados. Por exemplo, podemos escrever aquela data com apenas sete sinais, mas seria necessário o dobro em algarismos romanos (XXIII/III/MMVIII). 

Assim, estudar História Medieval é tão legítimo quanto optar por qualquer outro período. Mas não se deve, é claro, desprezar pedagogicamente a relação existente entre a realidade estudada e a realidade do estudante. Neste sentido, pode ser estimulante mostrar que, mesmo no Brasil, a Idade Média, de certa forma, continua viva.  Hilário Franco Júnior. Texto retirado de “Revista de História da Biblioteca Nacional”, publicado em 01/03/2008.

 

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