Por: Elisonaldo Câmara.
Héstia é a personificação grega
do fogo sagrado, da pira doméstica e da cidade. Cortejada pelos deuses,
especialmente pelo belo Apolo e por Netuno, Héstia rejeitou todas as propostas
amorosas e pediu ao seu irmão Zeus que protegesse sua virgindade. Filha de
Cronos e Rheia, era uma das divindades olímpicas. Devido à sua vontade de
permanecer casta, suas sacerdotisas se mantinham a vigiar o fogo sagrado
permanente nos templos. Representada trajando um longo vestido, muitas vezes
com a própria cabeça coberta por um véu, ela é a deusa que nunca abandona o
lar, o Olimpo, e jamais se envolve nas brigas e guerras de deuses ou mortais. O
animal mais sagrado à deusa é o asno. Como deusa do fogo sagrado, ela
representava a divindade do lar, defendendo a vida da família, presidindo o
ambiente doméstico e os laços familiares. Era muito comum utilizar a sua imagem
nas moradas dos jovens que iam adquirir conhecimento longe de sua terra natal,
pois isso mantinha a ligação familiar ausente. Héstia, a deusa casta dos lares,
é a grande mãe e protetora de todas as mulheres casadas, das donas de casa e
deusa do lar. Mediadora da integração psicológica, é a presença espiritualmente
sentida, interior e anônima dos monges e freiras, da pureza absoluta, da
percepção focalizada no mundo interior, da concentração, discriminação,
desapego das pessoas, sem ambição e autossuficiência. Na Grécia antiga
significava um culto, o ritual de estar em volta de uma lareira. Para a
felicidade de um casal era necessário ter uma lareira ou um altar que dá
continuidade, consciência partilhada e identidade comum.