1) Leia o texto e responda as questões a e
b:
O
REINO DO CONGO (SÉCULOS XII-XVI)
Conta-se que, do casamento de Nimi
Lukeni, do povo Kicongo, com uma mulher do povo Ambundo, surgiu o reino do
Congo, no final do século XIV, próximo ao rio Congo (rio Zaire). Com o título
de Mani Congo, que significa "senhor do Congo“, Lukeni passou a governar
todas as aldeias, auxiliado por conselheiros, chefes militares, coletores de
impostos e juízes. A capital do reino era M’banza Congo (cidade do Congo) e
para lá iam todos os tributos em forma de mercadorias e alimentos que as
aldeias que formavam o reino tinham que pagar. Os manis, que sucederam Nimi
Lukeni, expandiriam o poder do reino por meio de conquistas militares e de
casamentos de aliança. No reino do Congo, os mais velhos controlavam os meios
de produção (terras, instrumentos de trabalho) e o poder político. Tratava-se
de uma sociedade organizada na relação familiar, também chamada de linhagem
porque se baseava no parentesco e se apoiava nas diferenciações de idade e
sexo. Em muitos lugares, vigorava o trabalho escravo ao lado do trabalho livre.
Nesses casos, os escravos eram membros dominados de outras linhagens (famílias)
que não tinham ligações com a rede de parentesco dominante. É importante frisar
que os escravizados não eram destituídos de sua humanidade. Por vezes, ficavam
temporariamente nesta condição. Os escravos desempenhavam praticamente as
mesmas funções que os membros da linhagem dominante: trabalho cooperativo,
expedições de caça, defesa das cidades e participação em cerimônias religiosas.
A escravidão não era fator social predominante e coexistia com outras formas de
dependência. Por isso alguns historiadores preferem afirmar que não havia
escravidão no reino do Congo, até a chegada dos portugueses no final do século
XV.
a) Retire a
passagem do texto que comprova que geralmente o Mani Congo governava com o
auxílio de diferentes assistentes.
b) Em que a
escravidão, no reino do Congo, diferia da escravidão praticada por outros
povos? Justifique
2)
Alguns versos do samba-enredo abordam a
vida da rainha Jinga (ou Nzinga, como se pronunciava em mbundu) que nasceu por
volta de 1581 e viveu num dos territórios do reino do Congo, Ndongo. Sua
trajetória é surpreendente e fabulosa, pois, em 1622, ao ser enviada a Luanda
(atual capital de Angola), cidade que sediava a administração portuguesa na
África, Jinga se tornou uma aliada do império português, se convertendo
inclusive ao cristianismo, com o nome católico de Ana de Souza. Em 1624, o
reino de Ndongo sofreu um esvaziamento de poder e Jinga disputou com
Ngola-a-Ari, que saiu vencedor. Passados três anos, Ngola-a-Ari morreu
envenenado permitindo o regresso de Jinga, que havia se retirado com seu povo.
Jinga governou soberana, até o ano de 1663, negociando, tanto com portugueses
como com holandeses, a entrada no território africano. Ou negociavam ou
enfrentavam a resistência desses países em alguns territórios de Ndongo. Ao
longo de seu reinado, Jinga enfrentou várias guerras contra outros reis
africanos e contra autoridades europeias. Numa guerra travada, em 1629, pelo
controle de Matamba, suas irmãs, Kambo e Funji, caíram nas mãos dos
portugueses, acabando presas em Luanda. Em outubro de 1641, uma ordem do
Conselho Ultramarino criticava Fernão de Souza, então governador em Angola, por
este “ter tirado a realeza de Jinga”, reiterando que a ela, e só a ela, “assistia
o direito e a justiça” em Ndongo. Em retaliação, Jinga fez acordos com os
holandeses, que ocuparam Luanda. Ela lutou também contra o povo Imbagalas que
resistia à presença holandesa. A partir de 1644, os portugueses foram seus
principais inimigos, em sucessivas batalhas, que duraram até 1648. Em 1651,
porém, a rainha Jinga e o governador de Angola, Salvador Correia de Sá e
Benevides – que governara o Rio de Janeiro entre 1637 e 1642 – firmaram a paz,
bem como acordos comerciais. Naquela ocasião, Salvador de Sá afirmara à Jinga
que era “maior honra poder cooperar pelo aumento de sua grandeza, do que ser
servido por todos os escravos não só da Matamba, mas de toda a África”. Em
1656, aos 75 anos de idade, como última estratégia de poder, Jinga permitiu a entrada
de religiosos capuchinhos em seu território, convertendo-se totalmente ao
catolicismo numa política de alianças com os portugueses. (Adaptado de Silva,
Luiz Geraldo. Princesas Negras. Revista Agentes de Leitura, ano 9. fasc.19.
2009. Ediouro).
a) Retire do texto uma passagem que
comprove o poder conquistado pela rainha Jinga.
b) Que nome cristão Jinga adotou ao se
converter ao catolicismo?
c) Qual era a estratégia de Jinga? Deu
certo? Justifique.
3. O Reino
de Gana, a “terra do ouro”, apresentava em sua administração o rei (gana),
o qual era visto como um elo entre os deuses e o homem além de liderar um
poderoso exército. Quais outros
funcionários cuidavam da administração do reino:
(A)
Sacerdotes, nobres e funcionários. (B) Sacerdotes, nobres e escravos. (C)
Nobres e funcionários. (D) Empregados e
camponeses.
4. Os reinos
de Gana, Mali e Aksum, fazem
parte:
(A) da África
do Sul. (B) do continente Europeu. (C) da América do Sul. (D) do continente
Africano.
5. A história dos reinos de Gana, Mali e Aksum, que
estudamos se localizam em qual
período:
(A) A África antes dos europeus. (B) A África depois
dos europeus. (C) A África no século XXI.
(D) A África antes de Cristo.
6) Sobre a escravidão responda:
Quem se tornava escravos nos reinos africanos?
Como foi a prática escravista no Brasil colonial a
partir do século XV?
Quais são os elementos da cultura africana que estão
inseridos na cultura brasileira?
7) Qual a função das mulheres africanas em seus
reinos? Por que eram disputadas? Por que se permitia a poligamia (o homem ter
várias mulheres)?
8)
“A Coroa portuguesa e outros Estados europeus devastaram a África, marcando
para sempre sua história. Estimularam guerras entre seus habitantes e
praticaram o escambo de produtos manufaturados, aguardente, fumo e tecidos por
cativos de tribos rivais. Até o século XIX, enquanto durou a escravidão no Novo
Mundo, milhões de africanos foram retirados do continente e encaminhados para
as plantations americanas, em torno de 5 milhões só para a América
portuguesa.”
CAMPOS, F.; MIRANDA, R. G. A escrita da
história. São Paulo: Escala Educacional, 2005. p. 213.
Sobre o comércio de escravos no continente africano, é incorreto
afirmar:
a)
Na África, o comércio de escravos aumentou muito durante a chegada dos
portugueses ao continente.
b)
O tráfico negreiro moderno ocasionou transformações na sociedade africana, pois
destruiu tribos inteiras.
c)
não significou nada para o continente africano, pois o comércio de escravos foi
raro e não passou de uma centena de negros vendidos a outros continentes.
d)
As pessoas tornavam-se escravas na África principalmente em razão das guerras
entre tribos rivais, sendo os capturados reduzidos à condição de cativos. As
guerras ocorriam entre os diversos reinos africanos e também entre as
diferentes etnias do continente.
9) O candomblé, chamado xangô em alguns Estados do
Nordeste, é:
a) O mesmo que umbanda, com guias como o Caboclo, o Preto Velho e a Pombagira.
b) Uma religião exclusiva dos descendentes de negros escravizados.
c) Tradição trazida pelos africanos escravizados que se misturou com a realidade brasileira.
d) Uma manifestação folclórica que veio da África, repleta de lendas e crendices.
10) Leia os versos:
“Seiscentas
peças barganharam:
—
Que Pechincha! — no Senegal
A
carne é rija, os músculos de aço,
Boa
liga do melhor metal.
Em
troca dei só aguardente,
Contas,
latão – um peso morto!
Eu
ganho oitocentos por cento
Se
a metade chegar ao porto.”
HEINE,
Heinrich. Citado em: BOSI, Alfredo. Dialética da colonização. São Paulo:
Companhia das Letras, 1992. O trecho do poema acima citado refere-se:
a)
aos grandes lucros conseguidos pelos chefes tribais africanos na venda de
escravos aos europeus.
b)
à forma pela qual os europeus conseguiam adquirir metais preciosos em solo
africano.
c)
ao comércio de escravos no continente africano e os altos lucros proporcionados
aos europeus em decorrência dos produtos dados em troca.
d)
ao comércio de carne realizado na África mediante o escambo.
11) Sobre a história e a situação do negro no Brasil podemos afirmar
que está correta a seguinte alternativa:
a)
os negros foram totalmente integrados à sociedade e partilham das mesmas
condições que os brancos.
b)
os negros continuam sendo escravos, pois não conseguiram sua liberdade ainda.
c)
apesar de a haverem conquistado a liberdade, muitos negros ainda sofrem com
discriminação em alguns lugares.
d)
os negros estão no poder e se impuseram sobre os brancos.