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D. Pedro II,após o golpe da maioridade. |
Por : Elisonaldo Câmara.
O Segundo Reinado é
a fase da História do Brasil que corresponde ao governo de D. Pedro II. Teve
início em 23 de julho de 1840, com a mudança na Constituição que declarou Pedro
de Alcântara maior de idade com 14 anos e, portanto, apto para assumir o
governo. O 2º Reinado terminou em 15 de novembro de 1889, com a Proclamação da
República. O governo de D. Pedro II, que durou 49 anos, foi marcado por muitas
mudanças sociais, política e econômicas no Brasil. Política
no Segundo Reinado.
A política no
Segundo Reinado foi marcada pela disputa entre o Partido Liberal e o
Conservador. Estes dois partidos defendiam quase os mesmos interesses, pois
eram elitistas. Neste período o imperador escolhia o presidente do Conselho de
Ministros entre os integrantes do partido que possuía maioria na Assembleia
Geral. Nas eleições eram comuns as fraudes, compras de votos e até atos
violentos para garantir a eleição.
·
Partido Liberal - constituiu-se no ano de 1837, protegia os interesses dos indivíduos
que formavam a classe média da sociedade urbana e comercial, os ideais
políticos e sociais avançados das classes não comprometidas diretamente com a
escravidão, e cuidava também do que era importante para os donos de terras.
·
Partido Conservador - pregava a conservação do poder político nas mãos dos grandes donos de
escravos campestres. Não defendia o caráter revolucionário ou democrático do
regime. No decorrer do segundo reinado, liberais e conservadores se revezaram
no poder. Parlamentarismo
e Poder
Moderador.
No ano de 1847 foi implantado o Parlamentarismo,
forma de governo na qual o poder responsável por criar as leis – o Legislativo
-, representado pelos deputados e senadores, passa a exercer um posto muito
respeitado. No Brasil era o presidente do conselho quem estabelecia o quadro de
ministros, motivo pelo qual historicamente ficou conhecido como Parlamentarismo às avessas. D. Pedro II, que contava com o apoio do Partido Moderador, gozava
de absoluto poder sobre a Assembleia, tendo força suficiente para demitir todo
o ministério e escolher outro presidente do conselho, ou até mesmo diluir a
Câmara e chamar novas eleições, conforme os acontecimentos políticos do momento.
Revolução Praieira.
A
Revolução Praieira foi uma revolta liberal e federalista que ocorreu na
província de Pernambuco, entre os anos de 1848 e 1850. Dentre as várias
revoltas ocorridas durante o Brasil Império, esta foi a última. Ganhou o nome
de praieira, pois a sede do jornal dirigido pelos liberais revoltosos (chamados
de praieiros) situava-se na Rua da Praia. Em 1848, os conservadores demitiram o
governador de Pernambuco (liberal). Diante desta ação, os praieiros iniciaram o
movimento e divulgaram o Manifesto ao Mundo, cujas principais
propostas eram: voto livre e universal para o povo brasileiro (fim do voto
censitário); plena liberdade de imprensa; garantia de trabalho para o cidadão
brasileiro; extinção do Poder Moderador; exercício do comércio a varejo só para
brasileiros; garantia dos direitos individuais do cidadão; estabelecimento da
federação. Contando com apenas 2 mil homens, os praieiros não resistiram à
repressão imperial. Assim, chegava ao fim o conjunto de revoltas que sucederam
a independência do Brasil. Afastadas as ideias separatistas, o governo imperial
consolidou a unidade territorial do país. A maioria da população brasileira, no
entanto, continuou afastada da participação no poder político. Economia no Segundo Reinado
Na segunda
metade do século XIX, o café tornou-se o principal produto de exportação
brasileiro, sendo também muito consumido no mercado interno. Os fazendeiros
(barões do café), principalmente paulistas, fizeram fortuna com o comércio do
produto. Boa parte dos lucros do café foi investida na indústria, principalmente
nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, favorecendo o processo de
industrialização do Brasil. Os fatores que estimularam a produção do café
foram: o 1- a grande demanda no mercado europeu.
o 2- as boas condições do clima e do solo brasileiros, em especial no Sudeste.
o 3- a mão de obra escrava e, posteriormente, a imigrante. Abolição da mão de obra escrava.
Outro
fator interessante do período é que a mão de obra escrava, usada também na
produção da cana de açúcar, foi transferida para o Sudeste e continuou sendo a
força motora da economia cafeeira.Porém,
o Brasil sofria grandes pressões internacionais (principalmente da Inglaterra)
para que a mão de obra escrava fosse extinta. E com as crescentes aprovações de
leis nacionais que buscavam o fim da escravidão, a elite cafeeira teve que se
adequar a nova realidade, buscando novas soluções para mão de obra. Essa
solução foi a mão de obra estrangeira, imigrantes. Esta evolução social acabou
proporcionando uma nova mudança: o
nascimento da Indústria Brasileira. Com a substituição da mão de obra
escrava pela assalariada, além de um grande crescimento demográfico, os bens de
consumo passaram a ser escassos para esse grande número de pessoas.
Ø
Lei Eusébio de Queiróz (1850): extinguiu
oficialmente o tráfico de escravos no Brasil
Ø
Lei do
Ventre Livre (1871): tornou livre os
filhos de escravos nascidos após a lei.
Ø
Lei dos Sexagenários (1885): dava liberdade aos
escravos ao completarem 65 anos de idade.
Ø
Lei Áurea (1888): assinada pela Princesa Isabel,
aboliu a escravidão no Brasil.
Imigração: Muitos imigrantes
europeus, principalmente italianos, chegaram para aumentar a mão de- obra nos
cafezais de São Paulo, a partir de 1850. Vieram para, aos poucos, substituírem
a mão- de- obra escrava que, devido às pressões da Inglaterra, começava a
entrar em crise. Além de buscarem trabalho nos cafezais do interior paulista,
também foram para as grandes cidades do Sudeste que começavam a abrir muitas indústrias.
Boa parte tentava fugir do desemprego, buscando, no Brasil, melhores condições
de vida. Outros foram seduzidos pelas propostas de parcerias dos cafeicultores.
Este sistema, no geral, não obteve sucesso, em razão dos elevados juros
cobrados sobre as dívidas assumidas pelos imigrantes, e também dos maus tratos
sofridos por eles. A indústria.
A industrialização teve forte crescimento no
Segundo Reinado, estimulada por alguns fatores como:
o 1- A diminuição do fluxo de escravos, a partir de 1850, que aumentou o
investimento nas atividades industriais.
o 2- A substituição da mão de obra escrava pela assalariada, que possibilitou a
existência de um mercado consumidor.
* Neste período, o setor que mais cresceu foi o têxtil, ou seja, produção de
tecidos.
* A criação de ferrovias também faz parte deste contexto, possibilitando a
circulação de mercadorias para exportação.
* O crescimento urbano de algumas cidades brasileiras, como São Paulo e Rio de
Janeiro, foi consequência do surto industrial e cafeeiro. Irineu Evangelista de Sousa, o Barão de
Mauá. Com
uma visão empreendedora, soube tirar proveito da situação e trouxe para o
Brasil as primeiras indústrias: fundição, estaleiros, ferrovias e iluminação da
cidade do Rio de Janeiro. Barão de Mauá se tornou o homem mais rico do império,
despertando inimigos aos seus projetos. Acabou fracassando e levou seu império
econômico à falência. Mas, pagou suas dívidas e ficou marcado na história como
pioneiro da indústria no Brasil.