Muitos
países africanos ficaram de fora das olimpíadas por quase 60 anos. O continente
africano é o único que nunca teve o privilégio de sediar a competição do maior
evento esportivo na atualidade. Com o ressurgimento dos jogos da era moderna, em
1836, foram necessários oito anos para que a África do Sul fosse o primeiro
país africano a participar das competições. Depois, seria preciso mais duas
edições para um segundo pais ingressar, o Egito. A grande maioria só teria
‘’direito’’ a competir a partir de 1956. Não há nada que justifique a exclusão,
mas é possível compreender os reais motivos para isso acontecer. Alguns estudiosos
e pesquisadores destacam vários os fatores para a exclusão dos países africanos
nas competições esportivas dos Jogos Olímpicos, mas dois merecem uma análise
especial. O primeiro se refere ao preconceito racial, o barão Pierre de
Coubertin, que idealizou a ideia da era moderna, era pertencente a uma elite
aristocrática. Que defendiam a concepção de democracia grega dos jogos,
limitada para alguns atletas. Com a retomada dos jogos, o pensamento não havia
mudado. A África do Sul não participou da primeira Olimpíada (1896. Atenas) nem
com atletas brancos. O segundo fator excludente seria a estrutura do Comitê
Olímpico Internacional (COI), muito restrito. Os primeiros jogos foram
especialmente dedicados a Europa e os Estados Unidos. No século XX, uma grande
parte dos países africanos era colonizada por países europeus. As competições
nas colônias africanas eram muito difícil e precário, radicalmente separado por
disputas raciais, étnicas e territoriais. Com o inicio do processo de des
colonização no continente africano, iniciou se a diminuição do racismo nos
impérios, as metrópoles europeias se deram conta de que não tinham muito a
ganhar, que esses movimentos pró – independência ia crescer com a mobilização
de atletas coloniais.
Como reflexo de sua longa
história de luta e exploração, a África sofre atualmente com forte
instabilidade política, aguda miséria da grande maioria da população, frequentes
embates sócias, provocados pela péssima divisão territorial influenciado pelas
grandes potencias europeias, ao dividirem os territórios coloniais, não levaram
em consideração a diversidade étnica das várias tribos de nativos, unificando África distintas e rivais num mesmo espaço territorial e sob o mesmo governo
opressor. Podemos levar em consideração também que muitos países africanos são
governados por ditaduras sanguinárias e corruptas, contribuindo para a falta de
investimento e infraestrutura básica para a grande maioria da população.
Reflete nos fracos resultados e os poucos destaques olímpicos de seus atletas.
Apesar desses vários problemas no continente africano, o esporte ajudou a
construir a ideia de nação. A formação de equipes nacionais teria sido um dos principais
propulsores em alguns países. A onda levou jovens e adolescentes a treinar na Europa,
em condições precárias e ruins, mas um pouco consideráveis ou melhores do que
na pátria mãe. Para os que ficaram o atletismo constituiu basicamente uma das
poucas alternativas na historia esportiva africana.
Fonte: Revista Aventuras na História/ Texto: Willy Del Valle/ Adaptação Elisonaldo Câmara.